segunda-feira, 27 de junho de 2022

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG
Por Sandra M. Pinto 14:51, 6 Maio 2022

Conheça-os aqui e ponha-os de lado

Peito de peru processado: Tem uma grande quantidade de sódio, conservantes e aditivos.

Barra de cereais: 
A maioria delas contém como principal ingrediente o açúcar.


Gelatina: O açúcar é seu principal ingrediente, além do alimento possuir edulcorante artificial, ciclamato de sódio, acesulfame de potássio e sacarina sódica, que tem forte poder de adoçar.

Bolachas de água e sal: Estas bolachas são carboidrato refinado puro, ou seja, têm farinha de trigo, soro de leite, sal, fermento (bicarbonato) e gordura vegetal.

Iogurte com sabor: Composto por açúcar, frutas artificiais, aditivos, amido modificado (para ter uma textura mais agradável e consistente), deve estar fora da alimentação diária.

Sumo embalado: Tem baixa concentração de fruta, além de serem adicionados à sua composição muita água e açúcar.

Refrigerantes zero açúcar: O problema da bebida zero açúcar é a variedade e a quantidade de adoçantes presentes. Elas possuem muito mais sódio do que as normais.



Sopa instantânea: 
O seu consumo recorrente pode ser muito prejudicial, pois é um produto que possui uma alta carga de sódio e aditivos como espessantes, realçadores de sabor, aromatizantes e corantes.


Molhos para salada industrializados: possuem conservantes, além de sal e açúcar.


Saiba por que os alimentos orgânicos custam mais, embora sejam mais saudáveis para a saúde

Fonte: Capital News
Por Laura Fassina
Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Os alimentos orgânicos necessitam de uma série de cuidados, tanto no plantio quanto no manuseio dos alimentos diferentes da agricultura em larga escala

iStock


Comer alimentos orgânicos não é novidade; afinal, o ser humano já fazia isso desde os tempos pré-históricos. O que mudou foi que após o boom da produção em larga escala de alimentos in natura, exportados para o mundo todo, a monocultura e a utilização de agrotóxicos passou a ser normalizada na agropecuária, como meio de tornar as etapas de produção mais eficientes, desde a semeadura até a colheita.

Com o passar dos anos, o excesso de agrotóxicos e a monocultura passaram a apresentar algumas consequências para o meio ambiente e para a saúde do ser humano. Com isso, vários países do mundo, incluindo o Brasil, passaram a incentivar a produção de alimentos orgânicos, como uma forma de agricultura extrativista sustentável, que não poluísse o solo, a água e o ar. É um ramo econômico em crescimento, principalmente durante a pandemia, quando as pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde. No Brasil, em 2021, o aumento do consumo de orgânicos foi de 63%, se comparado ao ano de 2019.

Mas se engana quem pensa que plantar orgânicos é só semear e deixar a natureza se virar “naturalmente”. Ao contrário, os alimentos orgânicos necessitam de uma série de cuidados, tanto no plantio quanto no manuseio dos alimentos, e para serem vendidos como orgânicos, precisam se adequar a uma série de exigências, que estão previstas na Lei 10.831/2003.

Dentre as principais exigências estabelecidas na lei dos orgânicos, estão: o compromisso socioambiental, o não cultivo de transgênicos, a não utilização de produtos químicos, como os agrotóxicos, e respeitar os direitos dos trabalhadores. Para que as empresas cumpram as regras, elas são fiscalizadas por empresas certificadoras privadas, autorizadas pelo Ministério da Agricultura, que emitem o selo de “Produto Orgânico Brasil”.

De acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), atualmente, o país possui cerca de 25 mil produtores cadastrados no MAPA, e em sua maioria, são agricultores familiares.

Por que os orgânicos custam mais?
Para conseguir se enquadrar como um produtor de orgânico, o agricultor tem que seguir diversas normas que fazem com que a produção seja mais lenta e o processo, bem mais custoso. Por não utilizar agrotóxicos, os alimentos demoram mais para crescer e chegar ao ponto de colheita; não pode plantar muitos hectares de uma única espécie, pois isso prejudica o solo, que precisa de um tempo de descanso maior do que na monocultura.

Ainda, como os remédios utilizados contra as pragas têm que ser naturais, é mais recomendado manter uma produção pequena, que consiga ser controlada mais de perto. Além disso, todas as pessoas que trabalham com orgânicos precisam estar registradas formalmente, o que também pode sair mais caro para o empresário.

Tem ainda o fator do próprio supermercado que supervaloriza os preços dos orgânicos, como uma estratégia de venda para um público seleto, que investe em alimentos mais saudáveis, suplementos alimentares e outros produtos para se manter em forma. Outro ponto é que, por serem mais integradas a esse meio, essas pessoas entendem melhor o uso da suplementação em seu dia a dia, pois superou questões como “creatina engorda?” ou “devo tomar whey todos os dias?”.

Todavia, não é preciso pagar tão caro para se alimentar bem e saudável. Existem diversas formas de adquirir os produtos orgânicos, atualmente, fora dos supermercados, como em feiras de bairros, feiras online e assinatura de cestas compradas direto dos produtores.

Nutricionista do HSJosé fala sobre a importância da alimentação saudável

Cuidado na alimentação é essencial para garantir a saúde, 
qualidade de vida e bem-estar
Fonte: ENGEPLUS


Por Redação Engeplus Em 27/06/2022 às 10:25

Já parou para pensar o quanto uma alimentação saudável contribuiu para a saúde e a qualidade de vida? Ela é fundamental para evitar o aparecimento de doenças, como o diabetes, hipertensão, problemas do coração e AVC. Além disso, uma alimentação saudável garante uma ingestão adequada de nutrientes que ajudam a manter todos os sistemas do corpo funcionando bem, melhorando a imunidade, favorecendo uma boa memória, auxiliando a manter unhas e cabelos fortes, uma pele saudável e um intestino funcionando no ritmo certo.

Mas de que forma é possível fazer uma mudança na alimentação e promover a saúde, já que a troca de hábitos é tão difícil? “O recomendado é começar aos poucos, sempre pensando que o objetivo é a constância e não a perfeição. Observe na sua alimentação qual a sua maior deficiência em relação a uma alimentação saudável. Talvez seja um baixo consumo de frutas e verduras ou um excesso de lanches e industrializados ou a baixa ingestão de água”, explica a nutricionista do Hospital São José de Criciúma, Vanessa Gonçalves.

De acordo com a especialista, o ideal é escolher de duas a três metas para iniciar este processo. “Por exemplo: comer três frutas por dia. E, após isso, pense em como você poderá colocar em prática isso. 
No exemplo, poderia ser se organizando para fazer compras semanais de frutas e levar ao trabalho para não esquecer. E, por fim, o mais importante, monitore! Muitas vezes, temos dificuldade para mudar, pois não insistimos pelo tempo necessário para que a mudança se torne um hábito. Por isso, é muito importante acompanhar diariamente e semanalmente como você está indo com as suas metas e o que ainda precisa melhorar mais”, enaltece.

Café da manhã ainda é a refeição mais importante do dia?

Segundo a nutricionista do hospital, sim, mas em partes. “O café da manhã é sim umas das refeições mais importantes do dia, isso porque alguns estudos vêm associando o ato de consumir o café da manhã com redução de riscos cardiovasculares, melhora do controle glicêmico, melhora da cognição e até mesmo redução de peso ou gordura corporal, mas tudo ainda muito inconclusivo”, aponta. Com a ingestão do café da manhã, podemos garantir uma maior oferta de nutrientes e melhorar a saciedade, evitando “uma fome de leão” na próxima refeição. Porém, considero que as demais refeições principais (almoço e jantar) também possuem o seu valor e pular qualquer uma delas frequentemente poderá trazer prejuízos em relação ao consumo diário de nutrientes e causar um desbalanço no seu consumo e gasto energético”, complementa a profissional.

Além disso, mais importante do que consumir ou não o café da manhã, é a composição deste.

“Quais os alimentos que fazem parte do seu café da manhã? Um café da manhã ideal terá sempre a presença de uma boa quantidade de proteína (ovos, leites, queijos, iogurte, patê de atum ou frango), além de frutas e alimentos integrais (aveia, pão integral, linhaça, chia), o que nem sempre é visto no café da manhã padrão do brasileiro (o bom pãozinho com manteiga e café com leite)”, enaltece.

Importância da alimentação saudável na infância

O processo de garantir uma alimentação saudável deve iniciar ainda na infância, especialmente na fase da introdução alimentar. “Uma alimentação saudável nessa fase da vida é essencial para garantir a quantidade necessária de nutrientes para permitir o crescimento e desenvolvimento da criança. Além disso, os primeiros anos de vida são os mais importantes para a formação de hábitos alimentares e a construção do paladar. Se uma criança é incentivada desde pequena a consumir frutas, verduras e legumes, por exemplo, será muito mais fácil manter este hábito na vida adulta”, explica a nutricionista.

Segundo ela, da mesma forma, se a criança não for exposta regularmente a produtos industrializados e com excesso de gorduras, açúcares e sal (macarrão instantâneo, achocolatados, salgadinhos, etc) também não levará estes hábitos para o futuro. “Assim, esta criança terá menos chance de desenvolver doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e AVC na fase adulta. Ter uma alimentação saudável na infância é uma maneira de regar a saúde da criança, para que ela possa crescer e se tornar um adulto mais saudável e sem doenças”, esclarece.

Atuação importante na prevenção de doenças

De acordo com a nutricionista do HSJosé, uma alimentação saudável garante a oferta de nutrientes adequados para garantir o funcionamento correto do organismo e também está entre os principais fatores para prevenir as doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, doenças do coração e câncer.

“Isto é possível por meio da inclusão de alimentos que atuam como protetores, por apresentarem nutrientes importantes para o nosso corpo (frutas, verduras e legumes, por exemplo) e redução do consumo de alimentos que podem aumentar o risco de desenvolver estas doenças, quando consumidos em excesso (como doces, embutidos, gorduras e sal)”, finaliza.

Colaboração: Jessica Pereira / Assessoria de Imprensa Hospital São José

Assustador! Veja quanto açúcar há em alimentos voltados para crianças

Infelizmente, grande parte dos alimentos industrializados direcionados para esse público contam com um alto teor da substância na composição



Thaiz Brito
21/06/2022 14:25,atualizado 21/06/2022 21:12

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a ingestão de açúcares livres na dieta dos pequenos, precisamente crianças acima de 2 anos, não deve ultrapassar 10% do valor energético total. Isso significa que se uma criança ingere 1.000 calorias por dia, o valor total de açúcar puro, presente em guloseimas, não pode ultrapassar 10 gramas.

Infelizmente, grande parte dos alimentos industrializados direcionados para esse público contam com um alto teor da substância na composição. Quando ofertados em alta quantidade, eles interferem diretamente na educação alimentar e podem, até, trazer prejuízos, a exemplo de vícios alimentares.

Por serem muito palatáveis, ou seja, densos em energia e bastante saborosos, os hábitos alimentares da criança ao longo da vida podem ficar comprometidos, já que terão maior dificuldade em valorizar o sabor natural de alimentos naturais, com menor densidade calórica.

A maior preocupação com uma dieta rica em açúcares vem, ainda, em detrimento da saúde na fase adulta. Crianças expostas ao açúcar com maior frequência ficam mais aptas a desenvolver doenças como diabetes, obesidade e problemas cardíacos. Além disso, o maior consumo de industrializados pode desencadear alterações comportamentais, como hiperatividade.

Salgadinhos e alimentos coloridos, produtos bem atrativos para os pequenos, contém em sua composição realçadores de sabor. Um deles é o glutamato monossódico, associado aos problemas comportamentais mencionados acima.

Confira, neste link a seguir, a quantidade de açúcar presente em alimentos infantis populares.

Orgânicos não é um “agronegocinho”

Fonte: Negócio Rural
Publicado em 25/06/22

O consumo de produtos orgânicos tem crescido nos últimos anos, principalmente durante a pandemia da Covid-19. Da mesma forma, tem aumentado a variedade de itens. Para falar mais sobre esse setor que tem atraído cada vez mais consumidores, o diretor executivo da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), Cobi Cruz, concedeu uma entrevista à Revista Negócio Rural.

De acordo com o representante da Organis, em 2020 o setor teve um salto de 30%, e a expectativa é de que a demanda se mantenha firme. “Esse setor movimenta cerca de 120 bilhões de dólares em todo o mundo, e o Brasil representa apenas 1% desse movimento financeiro. Não se trata de um ‘agronegocinho’, como dizem”, destaca.

Revista Negócio Rural – Como surgiu a Organis e quais são os objetivos da entidade?

Cobi Cruz – Temos um histórico de promover os orgânicos fora do Brasil desde 2005, em parceria com a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Federação das Indústrias do Paraná, já que a nossa sede é em Curitiba. Foram 12 anos levando brasileiros para fora do Brasil, montando estandes em feiras e vendendo o conceito de um Brasil orgânico.

Até que nos demos conta de que, para o Brasil crescer lá fora, precisa crescer aqui dentro. E aproveitando essa expertise, começamos a desenvolver ações no Brasil. Então, há seis anos nasceu a Organis, que é uma entidade de marketing dos produtos orgânicos brasileiros.


“Em todo o mundo, o setor movimenta 120 bilhões de dólares, e o Brasil representa 1% desse total”

Nosso trabalho é criar, viabilizar e executar ações em diferentes frentes, com o objetivo de fortalecer toda a cadeia produtiva dos orgânicos (produtores, prestadores de serviço, processadores, indústria e varejistas). Reunimos mais de 70 empresas, que oferecem mais de mil produtos criados em respeito aos princípios, valores e melhores práticas orgânicas.

Durante a pandemia da Covid-19, cresceu a procura pelos produtos orgânicos?

Em 2020, o mercado de orgânicos cresceu cerca de 30%, com uma movimentação financeira de cerca de R$ 5,8 bilhões. Ainda estamos contabilizando os dados de 2021, mas o crescimento foi menor. Infelizmente esse crescimento veio muito por uma questão do medo em relação à doença, além da busca por alimentos mais saudáveis.

Com certeza o Brasil ainda tem muito a crescer. Em todo o mundo, o setor movimenta 120 bilhões de dólares, e o Brasil representa 1% desse total. Não se trata de um “agronegocinho” como muitos ironizam. Os maiores produtores são Estados Unidos, Alemanha e França. A quarta posição fica entre Inglaterra, Canadá e Itália, e em seguida vem a China.



Eu não conheço um lugar do mundo onde o orgânico não passou a crescer. E essa pressão por saúde já acontecia antes da pandemia no mundo inteiro. E isso não tem volta. O Brasil é o celeiro do mundo e tem toda uma história agroecológica desde os anos 70, e tínhamos que estar muito mais avançados.

Muita gente que não se dispunha a pagar o preço dos orgânicos, até quem sempre criticou, mesmo tendo condições de pagar, começou a entender o valor, e consequentemente ter uma predisposição de pagar pelo seu preço.


“Se antes o consumidor olhava o produto e achava “feinho”, hoje ele tem dúvida se uma fruta bonita de fato é orgânica”

Nosso site oficial, que tinha de 10 a 12 mil visitas por mês, saltou para 25 mil durante a pandemia. Muita gente no interior do Brasil passou a querer saber como distribuir orgânicos para atender a uma demanda que surgia.

E o número de produtores de orgânicos tem conseguido acompanhar a demanda?

Mesmo com o crescimento de 30% no consumo em 2020, tivemos um aumento de cerca de 5% de novos registros no Ministério da Agricultura. Isso demonstra que os produtores estão prontos para atender a essa demanda, e alguns tiveram que triplicar ou até quadriplicar a sua produção.

Até hoje a oferta tem atendido bem o mercado, mesmo que de uma forma um pouco desorganizada. Temos o varejo, com uma certa dificuldade em achar produtores de orgânicos, e temos produtores com certa dificuldade de escoar seus produtos. O que acontece muito é que muitos produtores não têm um preparo para atender a formalidade e as exigências do varejo, e às vezes ele se frustra e passa raiva.

Quais os Estados que mais produzem orgânicos no Brasil e quais são os principais produtos?

Os Estados do Rio Grande do Sul e Paraná são os maiores produtores de orgânicos do Brasil. Em cada um desses Estados há mais de quatro mil agricultores cadastrados no Ministério da Agricultura. Esses dois lugares representam quase 30% de todas as unidades produtivas de orgânicos do Brasil.

Cerca de 70% da produção orgânica é de pequenos produtores, e depois vem os médios e os grandes. E apesar de o Brasil representar apenas 1º do mercado de orgânicos no mundo, um dado interessante é que o país é o maior produtor mundial de acerola orgânica, devido a um trabalho feito no Nordeste. E esse trabalho é feito em comunidades de várias cidades.

Outro importante destaque é a produção de açúcar. A maior fazenda de cana-de-açúcar orgânica está no Brasil. E por ser produzida por grandes indústrias, a diferença do preço do açúcar convencional não é tão grande, e esse é um dos produtos orgânicos mais consumidos no país.

Também temos o café, a erva-mate, as castanhas, a noz-pecã, o açaí, entre outros. Sem dúvida as verduras, legumes e frutas são os mais consumidos, com destaque para as verduras, até mesmo pelo tempo mais curto de produção. Também é produzida matéria-prima para cosméticos, e a Amazônia é o destaque.

Por serem mais caros se comparado com os produtos tradicionais, a crise econômica que o país atravessa pode prejudicar a comercialização dos orgânicos?

Em uma pesquisa recente que realizamos com consumidores de orgânicos, 79% dos entrevistados consideram o preço dos orgânicos mais caros ou muito mais caros, comparado com os convencionais. Entretanto, desse público, 71% disseram que é um preço justificável, porque eles entendem que o processo produtivo é diferente, demanda mais mão-de-obra e que há um trabalho de conservação do meio ambiente e de benefícios para a saúde.

Eu classifico o consumidor em quatro perfis: um é o consumidor engajado, que é aquele que entende, conhece o orgânico e levanta essa bandeira. Entretanto, nesse perfil existe o protegido e o restrito. O restrito está com mais dificuldade financeira, seja porque está desempregado ou devido ao aumento dos custos. Os protegidos são aqueles em que o poder de compra não foi muito afetado.

Há ainda aquele perfil “o melhor para a minha saúde”, que é a porta de entrada, que é quem entra para o orgânico pensando no benefício individual, mas depois vai entendendo o benefício coletivo, ambiental e social. Outro perfil é de quem consome parte de orgânico e parte convencional. E tem o outro público que é o “nem aí”. E podemos trazer esse público ao orgânico? Podemos!


“Se você disser que um produto é orgânico, vender como orgânico e ele não for orgânico, isso é crime”

A Organis ouviu produtores rurais, indústria, distribuidores, feirantes, varejistas de todas as regiões do país e a análise dos dados demonstra que os orgânicos conseguiram se adaptar aos impactos sociais e econômicos provocados pela pandemia.

O levantamento confirma a adaptação dos orgânicos ao cenário atual e a persistência do consumidor na escolha dos produtos saudáveis, provando que o crescimento de 30% em 2020 não foi apenas um movimento fora da curva, mas a demonstração de uma tendência.

Os dados mostram que os orgânicos ainda têm muito espaço para se movimentar. A demanda continua alta, o que abre oportunidades de negócios. A gente vê que o mercado ganha corpo ano a ano, com aumento de produção e entrada de novos players neste movimento orgânico.

Podemos dizer que está cada vez mais fácil produzir orgânicos, devido às novas tecnologias e mais conhecimentos do setor?

Sem dúvida as tecnologias e o conhecimento avançaram muito. A variedade de produtos também cresceu. Hoje é possível produzir alimentos mais bonitos e ter uma produtividade bem melhor que anos atrás. Atualmente vemos um preconceito ao contrario de antigamente. Se antes o consumidor olhava o produto e achava “feinho”, hoje ele tem dúvida se uma fruta bonita de fato é orgânica.

Mudar a produção convencional para o orgânico requer dedicação, e uma mudança de conceitos. É preciso entender que durante o processo de transição, a renda vai cair, porque há uma mudança na produtividade e não é possível vender como orgânico durante esse período, que pode levar um ano ou até mais, dependendo do tipo de produção.

Se quisermos contar com um Brasil cada vez mais orgânico, temos que contar com os convencionais de hoje, que vão fazer a sua transição para os orgânicos. Temos que trabalhar melhor o tema com o produtor. Temos que mostrar um caminho de segurança e dar apoio técnico para essa mudança de cultura e da forma de trabalhar.

Onde vemos que o crescimento flui de uma maneira mais orgânica, é onde tem estrutura de conhecimentos mais desenvolvida, ou seja, uma boa extensão rural. Não é apenas levar assistência técnica, mas é entender e trocar conhecimento.

O consumidor pode confiar que o produto orgânico é de fato orgânico? Como ter essa segurança?

Há órgãos fiscalizadores em todos os Estados brasileiros, mas um dos pontos centrais do orgânico é que ele é uma lei, a Lei dos Orgânicos, que é a 10.831. E por isso existem normativas. Portanto, se você disser que um produto é orgânico, vender como orgânico e ele não for orgânico, isso é crime. O consumidor também deve fazer a sua parte, e existem mecanismos para saber se o que ele está comprando é de fato orgânico.

No supermercado é mais fácil, porque normalmente tudo é embalado e é só verificar o selo de certificação. E se o produto não for embalado, deve haver uma informação que permite identificar o produtor. E o consumidor tem o direito de pedir a nota de compra do estabelecimento, inclusive de restaurantes de alimentos orgânicos.

Hoje existem três mecanismos de garantias. São duas certificações e uma declaração. Há a certificação por auditoria, que é feita por uma empresa credenciada, e a certificação participativa, essa que pode ser feita por um grupo, em que todos se responsabilizam mutualmente. Nas embalagens dos produtos há a informação se a certificação é por auditoria ou participativa.

A terceira maneira é por declaração. Nesse caso, o produtor precisa fazer parte de um mecanismo de controle social, que normalmente é ligado a um centro de organizações estaduais. Ele declara que está seguindo as regras, mas essa declaração serve apenas para a venda direta do produtor ao consumidor final ou para compras governamentais. Eu digo que esse é uma passagem transitória.








22

Publicado em 25/06/2022

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Cientistas alertam para os perigos e pedem o fim dos transgênicos em todo o mundo

 


Pesquisadores de todo o mundo, preocupados com os perigos que os transgênicos podem levar para a sociedade, lançaram uma carta aberta exigindo a proibição de qualquer tipo de cultivo desses alimentos por, pelo menos, cinco anos – período para que eles façam novos estudos.


No documento, que conta com 29 pontos, eles denunciam os problemas sociais, econômicos e de saúde relacionados ao consumo e ao cultivo de organismos geneticamente modificados.

A carta defende que as patentes dos organismos vivos, dos processos, das sementes, das linhas de células e genes devem ser revogadas e proibidas, e exige uma pesquisa pública sobre o futuro da agricultura e a segurança alimentar para todos.

Os pesquisadores acreditam que os produtos transgênicos não oferecem benefícios aos consumidores e ameaçam a segurança alimentar e violam os direitos humanos básicos.

Além disso, o texto também defende o incentivo a pesquisa e aponta que o cultivo dos transgênicos intensifica o monopólio corporativo, aumentando as desigualdades, ameaçando a agricultura familiar e impedindo a mudança para uma agricultura sustentável.

Dentre as consequências para a biodiversidade e para a saúde, a carta defende que há o perigo da difusão de genes e mudanças nos mesmos, tornando eminente a presença de doenças infecciosas incuráveis, a criação de novos vírus e bactérias que causam doenças e mutações danosas que podem provocar o câncer.

Para confirmar as afirmações, diversos estudos já foram feitos e revelaram a relação entre o consumo desses alimentos e o aumento nos casos de câncer e problemas reprodutivos.

Fonte: Coripa https://www.coripa.org.br/noticias.php?id=673


sábado, 27 de novembro de 2021

Idec critica liberação de venda de farinha com trigo transgênico no Brasil

Instituto vai se reunir com outras entidades representativas do consumidor para definir as ações contra decisão da CTNBio


O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) se posiciona contra a liberação da comercialização de farinha feita com trigo geneticamente modificado, aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), no último dia 11 de novembro. A autorização foi solicitada pela Tropical Melhoramento & Genética (TMG), parceira da argentina Bioceres, que produz o trigo transgênico.

Para o nutricionista e analista em regulação do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, Rafael Arantes, é difícil saber a quem interessa essa autorização, já que “sociedade civil, cientistas e até mesmo indústrias que usam farinha são contrários a ela”. De acordo com Arantes, o receio é o aumento do volume de resíduos agrotóxicos em produtos derivados dessa farinha, como o glufosinato de amônia.

O trigo HB4 tem sido alvo de protestos das indústrias e consumidores argentinos e brasileiros. Algumas entidades brasileiras, como a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados)) e a Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria), alegaram ser contra a liberação da variação do trigo transgênico por não haver motivos comerciais ou de saúde para aceitá-lo no mercado.

Além dessas associações, outras organizações de direitos humanos, como a Terra de Direitos, a Campanha Contra Agrotóxicos e o Movimento Ciência Cidadã, também se posicionaram contra a aprovação dada pela CTNBio. Isso porque não houve transparência durante o processo de aprovação, que isentou a opinião da sociedade civil sobre o tema. Sem contar, também, a insuficiência da única pesquisa da Bioceres em demonstrar que o produto seja confiável.

É importante destacar que o Idec possui uma petição contra a liberação do trigo transgênico, com mais de 16 mil assinaturas de consumidores e entidades. Ela continua aberta e tem o objetivo de conseguir ainda mais assinaturas para continuar pressionando a CTNBio. Isso porque a Bioceres afirmou que buscará a aprovação de outros grandes importadores antes de começar, de fato, a comercialização do HB4.

Como próximo passo, o Instituto vai se reunir com outras entidades representativas do consumidor para definir as ações contra essa liberação da CTNBio.

sábado, 4 de setembro de 2021

Faça sua parte para prevenir a obesidade infantil e acabar com a publicidade infantil

Fonte: Criança e Consumo

No Brasil, a obesidade infantil já atingiu números de uma epidemia. E há diversos fatores que influenciam para que esse cenário seja assim.

A publicidade infantil de produtos alimentícios é um deles, já que, na sua grande maioria, o que é anunciado diretamente para crianças são refrigerantes, fast foods, salgadinhos e guloseimas.

Mas você pode ajudar a mudar essa realidade. Junte-se a nós, ao Instituto Desiderata, à Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável e a outras organizações para apoiar medidas que restringem a venda de ultraprocessados nas escolas e que buscam dificultar o acesso das crianças a esses produtos nos mercados. Apoie a aprovação do PL 1662/2019 que está em pauta na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Assim, você ajuda a prevenir a obesidade infantil e a garantir infâncias mais saudáveis.


Apoie o PL 1662/2019





O projeto estabelece que escolas não poderão vender nem oferecer refrigerantes, sorvetes industrializados, salsichas, salgadinhos de pacote e outros ultraprocessados. Além disso, em estabelecimentos comerciais, esse tipo de produto terá que ficar em prateleiras fora do alcance das crianças e avisos sobre a lei precisarão ser instalados.

Como prevenir a obesidade infantil: uma responsabilidade compartilhada

Não há, de fato, apenas uma razão única para o aumento dos níveis de obesidade em crianças e adolescentes. Alimentos saudáveis não serem acessíveis para todos ou cidades pouco propícias à atividade física, fazem parte do problema. E, inegavelmente, a publicidade infantil também está entre essas causas. Afinal, grande parte dos anúncios direcionados a crianças são de produtos alimentícios ultraprocessados, de baixíssimo valor nutricional e não saudáveis. Mais do que isso, a mensagem publicitária, quando direcionada diretamente a crianças, cria desejos de consumo no público infantil à revelia da mediação de mães, pais e responsáveis. E abordamos isso no infográfico, produzido em parceria com o Instituto Desiderata e o programa Criança e Natureza, “Obesidade em Crianças e Adolescentes: uma responsabilidade compartilhada“.

Crianças têm o direito ao desenvolvimento pleno, saudável e livre de publicidade infantil. Portanto, é responsabilidade de todos – Estado, sociedade e empresas – garantir isso. Faça sua parte para prevenir a obesidade infantil, mostre seu apoio ao PL 1662/2019. Por infâncias mais saudáveis!

15 empresas denunciadas por direcionar publicidade às crianças no YouTube

 


Fonte: CRIANÇA E CONSUMO

Empresas enviam produtos a youtubers mirins para que anunciem às crianças que acompanham seus canais.

A prática de unboxing dos “recebidos” de youtubers mirins, ou seja, abrir, em vídeo, produtos recebidos de empresas, é uma maneira velada de direcionar publicidade ao público infantil. O Criança e Consumo denunciou ao Ministério Público Federal – Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro – 15 empresas de diversos segmentos que adotaram essa prática abusiva e ilegal. As empresas denunciadas enviaram produtos para diversos youtubers mirins, crianças que publicam vídeos no Youtube, para que fossem divulgados em seus canais na rede social.

A publicidade camuflada em canais de crianças no Youtube

Por conta da enorme visibilidade dos youtubers mirins entre o público infantil, e a influência e impacto que exercem sobre outras crianças, as empresas utilizam esses canais para anunciar, de forma velada, seus produtos, serviços e promoções e criar fidelidade e adesão do público infantil. “O objetivo da representação é denunciar as empresas que se aproveitam da hipervulnerabilidade, tanto da criança youtuber como da espectadora, para desenvolver publicidade abusiva para crianças”, explica a advogada Ekaterine Karageorgiadis.

Além da Bic, as outras empresas denunciadas ao órgão são: Biotropic, C&A, Cartoon Network, Foroni, Kidzania, Long Jump, Mattel, McDonald’s, Pampili, Puket, Ri Happy, SBT, Sestini e Tilibra.

O Código de Defesa do Consumidor considera a publicidade abusiva e ilegal quando se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da criança. Assim como a Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que reforça a proteção da criança no mercado de consumo. Portanto, o Criança e Consumo solicita ao Ministério Público Federal que sejam tomadas medidas jurídicas para coibir essas práticas comerciais, a fim de que as empresas cessem com tal abusividade e ilegalidade e deixem de realizar ações semelhantes, bem como reparem os danos já causados às crianças.

O Criança e Consumo continua acompanhando o caso
E nós do Alimento Puro, também.

domingo, 8 de agosto de 2021

Interesse por alimentação saudável aproxima pequenos produtores e consumidores

Iniciativas se adaptam para atender alta na demanda; entenda o papel da agricultura familiar na promoção da segurança alimentar

A Tribuna
Por Nayara Zanetti, estagiária sob supervisão do editor Eduardo Valente

Com o cultivo livre de componentes químicos, como agrotóxicos, antibióticos e fertilizantes, os alimentos orgânicos e agroecológicos têm sido, cada vez mais, inseridos na alimentação. De acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), a venda de produtos orgânicos aumentou em mais de 50% no primeiro semestre de 2020 no Brasil. Além de proporcionar alimentos mais nutritivos com um maior benefício para a saúde, seu cultivo contribui com o manejo correto das culturas, respeitando os recursos naturais.

Em Juiz de Fora, iniciativas tiveram que se adaptar na pandemia de Covid-19 para facilitar o acesso a alimentos orgânicos. As redes sociais se tornaram o principal meio de conexão entre pequenos produtores e consumidores, que compartilham informações na intenção de conscientizar a forma como nos relacionamos com a comida e fortalecer o consumo sustentável.

O hábito de destinar uma parte da manhã para ir na feira, realizar as compras da semana ou até mesmo tomar um suco natural enquanto observa o movimento ao redor, foi mais um dos comportamentos interrompidos pela pandemia. As tradicionais feiras locais, que fazem parte da história cultural e gastronômica de Juiz de Fora, foram suspensas por um período, acatando às medidas restritivas para conter a transmissão do coronavírus. Porém, o seu propósito de aproximar pequenos produtores a consumidores e conscientizar sobre o consumo de alimentos saudáveis se propagou durante esse tempo.

Esse foi o caso da associação Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico (MOGICO), uma iniciativa de comercialização conjunta oficializada em novembro de 2013. Com o objetivo de incentivar a produção e o consumo de produtos orgânicos, além de promover ações orientadas para a sustentabilidade, surgiu a feira orgânica Mogico, que, atualmente, acontece todos os sábados, de 8h ao meio-dia, na Praça Bom Pastor.

Antes da pandemia, a feira também era realizada no estacionamento do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, mas, em março de 2020, foi suspensa. Dessa maneira, o coletivo criou a Cesta Coletiva Mogico, como alternativa para apoiar os produtores associados e os clientes neste período de distanciamento. Os pedidos das cestas são feitos pelo site do projeto. O cliente monta sua própria cesta de acordo com os produtos disponíveis no intervalo de 17h de sábado até as 20h de domingo e a entrega acontece na terça-feira entre 9h e 16h em toda Juiz de Fora. Até o momento, já foram entregues mais de 5.300 cestas coletivas.

O presidente da associação, Waltencir Carlos da Silva, conta que o contato com o cliente mudou bastante. “A feira era um espaço de bate-papo, aprendizado, troca de informações, de abraços, e, com os protocolos acerca da pandemia para evitar aglomerações, o tempo de permanência dos clientes automaticamente foi se reduzindo. Sendo assim, o contato com o produto tornou-se limitado.”

Mesmo diante desses impactos, muitos clientes se mantiveram fiel à Mogico. “Nós notamos uma mudança de hábitos dos consumidores e, entre as ondas Roxa, Laranja e Amarela, alguns clientes se adaptaram ao delivery, outros no processo de compra na feira e teve os que utilizaram as duas operações conforme disponibilidade”, comenta Waltencir.

Além disso, o coordenador informa que a associação conseguiu alcançar clientes que anteriormente não participavam de nenhum processo de compra, buscando os produtos benéficos à saúde e ao meio ambiente, o que aumentou a demanda do coletivo.

Frutas, verduras, legumes, queijos, broa, plantas alimentícias não convencionais (PANCS), entre outros produtos orgânicos são comercializados no Mogico, que é composto por 12 unidades produtivas distribuídas em Juiz de Fora e municípios ao entorno. “Acreditamos que a valorização local é um grande incentivo ao pequeno produtor.”



Tradicional Feira do Mogico movimenta Praça do Bairro Bom Pastor, aproximando produtores de alimentos orgânicos com consumidores em busca de frutas e verduras mais saudáveis (Foto: Leonardo Costa)


(Foto: Leonardo Costa)
Cada vez mais conectados

As redes sociais conectaram os produtores rurais aos interessados em consumir uma alimentação mais saudável. O aumento da procura de produtos orgânicos e agroecológicos foi percebido pelo projeto Cestas Agroecológicos JF, uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

domingo, 21 de fevereiro de 2021

México avança com plano de proibir milho transgênico e glifosato, diz autoridade

Por Reuters - 19/02/2021 - 17:35



As importações representam mais de um terço da demanda do país e abastecem principalmente a indústria pecuária mexicana (Imagem: Pixabay)

O México está avançando com seus planos para deixar de importar milho geneticamente modificado e proibir o uso de um herbicida, disse à Reuters uma autoridade de alto escalão do país, sinalizando o fortalecimento de uma política que agradou defensores do meio ambiente, mas acendeu um alerta entre líderes da indústria.

O plano, decretado no final de 2020, visa substituir até 2024 cerca de 16 milhões de toneladas de milho amarelo importado principalmente de agricultores dos Estados Unidos, sendo quase todo o volume de produtos geneticamente modificados por produção local nova.

As importações representam mais de um terço da demanda do país e abastecem principalmente a indústria pecuária mexicana.

Víctor Suárez, subsecretário de Agricultura e arquiteto do programa, argumentou que o milho transgênico e o herbicida glifosato são muito perigosos, e que a produção local e as práticas “agroecológicas” sustentáveis devem ser priorizadas.

Ele também citou estudos que relacionam o glifosato ao câncer e que dizem que o produto causa danos a polinizadores, como as abelhas. Além disso, alegou que o milho transgênico contamina as variedades nativas do grão mexicano.

A Bayer, uma das principais produtoras do glifosato, defende que décadas de estudos mostraram que a substância é segura para o uso humano.

Já os defensores dos cultivos transgênicos, incluindo do milho, argumentam que eles aumentaram dramaticamente as produtividades agrícolas e que estudos não mostraram efeitos nocivos aos seres humanos.

“Vamos trabalhar nessa direção, e isso tem que ficar claro, ninguém deve pensar que pode apostar que esse decreto não será cumprido”, disse o agrônomo Suárez, aliado de longa data do presidente Andrés Manuel López Obrador.

Suárez descreveu o milho transgênico e o glifosato como “indesejáveis e desnecessários” para que a meta do governo, de tornar o México autossuficiente em alimentos, seja alcançada.

“Temos que colocar à frente da economia e dos negócios os direitos à vida, os direitos à saúde, os direitos a um meio ambiente saudável”, afirmou.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Pazuello e Anvisa liberam agrotóxico cancerígeno banido no mundo

Decisão vai na contramão de tribunais norte-americanos que condenaram a fabricante do glifosato

Fonte: Diário do Litoral
Por Nilson Regalado

Enquanto o mundo discutia vacinas contra a epidemia do século, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde liberaram o uso de dois venenos agrícolas acusados de provocar câncer e má formação de fetos, entre outras doenças. 

A decisão da Anvisa e do Ministério comandado pelo general do Exército Eduardo Pazuello vai na contramão de tribunais norte-americanos que condenaram a fabricante do glifosato. Só nos EUA, a empresa responde a 100 mil processos e desembolsará R$ 11 bilhões em indenizações a pessoas que desenvolveram câncer após manipular o produto. O outro veneno liberado foi a abamectina, que provoca má formação fetal severa e convulsões. A licença para uso dos dois agrotóxicos no Brasil estava em revisão havia anos por pressão de setores relacionados à saúde coletiva.

O glifosato já foi banido na Holanda, Suécia, Áustria e no Vietnã. Na Alemanha, passa a ser proibido a partir de 2023 e no México em 2024. A partir de 2021, o governo francês pagará 2.500 euros a cada agricultor que abandonar o uso do agrotóxico. O Parlamento Europeu aprovou a proibição nos 28 países do bloco, mas a decisão vem sendo contestada pelo setor.

Estudo publicado na International Journal of Epidemiology monitorou 315 mil agricultores nos EUA, Noruega e França por dez anos e constatou que o glifosato aumenta em 36% o risco de câncer, especialmente do linfoma não-Hodgkin. 

O estudo endossou resultados anteriores publicados na Revista Mutation Research, que mostraram que a exposição ao glifosato aumenta o risco de desenvolvimento de linfoma não-Hodgkin em 41%. 

Estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer na década passada indicou que cada brasileiro ingere, indiretamente, oito litros de agrotóxicos por ano. Mas, o glifosato enriquece fazendeiros brasileiros, especialmente em plantios de soja, milho e algodão, onde é associado às plantas geneticamente modificadas (transgênicos). 

O veneno elimina o mato sem prejudicar as plantas transgênicas que resistem a seus efeitos. O uso do herbicida comercializado com o nome de Roundup é proibido nas cidades brasileiras. Porém, sem fiscalização, ele acaba sendo usado largamente no meio urbano, especialmente no interior do País.




Doença ainda desconhecida pelos agricultores faz milho apodrecer antes da colheita

Segundo pesquisadores, o problema teria origem no uso de agrotóxicos e das sementes transgênicas

Fonte: Brasil de Fato
Frei Sérgio Antônio Görgen* e Marcos Antonio Corbari
Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) | 24 de Janeiro de 2021 às 10:45


Agricultores familiares da região do Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, em municípios ao redor da cidade de Erechim, perceberam uma estranha doença que acomete o milho já na formação da espiga. Os grãos, ao invés de se formarem adequadamente, ficam escuros e apodrecem. 

O problema já foi identificado também em Santa Catarina e no Paraná. Alguns citam perdas superiores a 20% de suas lavouras, o que causa um prejuízo significativo. Outros falam em até 60% de perdas, além da péssima qualidade dos grãos ou da silagem resultante das plantas atingidas.

A Rede Técnica Cooperativa (RTC) da Central das Cooperativas Gaúchas de Leite (CCGL) – uma das principais empresas multiplicadoras de sementes de milho no RS, as chamadas “sementeiras” –, emitiu “alerta” e orientação para os produtores e assistentes técnicos dizendo tratar-se de “enfezamento”, que seria causado por vírus, bactérias e fungos transmitidos pela cigarrinha, um inseto comum na cultura do milho. 

A empresa diz ainda que os sintomas aparecem após o florescimento, provocando “morte prematura da planta, redução do tamanho da espiga, enchimento incompleto dos grãos, morte de espigas, chochamento dos grãos e tombamento das plantas”, o que seria ocasionado por “fungos oportunistas Pythum e Fusarium”. A empresa recomenda intervenção química ou biológica com intervalos de 5 a 7 dias. Reconhece, porém, que não há o que fazer depois da área infestada.

Quando os agricultores percebem, há pouco a fazer. Uma das intervenções químicas recomendadas é através de inseticidas a base de “neonicotinóides”, um dos agrovenenos já identificado como responsável pelo extermínio de abelhas e, por isto, já proibido em muitos países.

Hélio Mecca, agricultor e dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), de Chopinzinho (PR), relata que surge “uma doença no miolo do pé, cai e não dá nada, o que se colhe é um milho de péssima qualidade e perde muita produtividade”. O dirigente sindical José Valério Cavalli, Secretário Geral do Sindicato Unificado da Agricultura Familiar do Alto Uruguai (Sutraf/AU), de Itatiba do Sul (Rio Grande do Sul), informa que “na formação da espiga, quando está se formando o grão, o problema aparece e o pé morre”. Outros relatos de agricultores falam em plantas fracas, pouco desenvolvidas e com espigas mal formadas, com mofo, grãos chochos ou podres. “Além da estiagem e da falta de apoio do governo, agora mais este problema”, desabafa Mecca.

De acordo com informações que chegam através de sindicatos, lideranças de movimentos sociais e técnicos de campo, as variedades mais afetadas são o Dekalb 230, o Agroeste 1666, o Agroceres 9025, Morgan 699 e algumas variedades da Pionner. Todas transgênicos, com os transgenes Bt e RR, precoces e super precoces. “Estas variedades foram apresentadas aos agricultores como 'top de linha' pelas empresas e o preço cobrado pelas sementes foi muito elevado”, afirma o sindicalista José Cavalli.

Não há informação de nenhuma semente de variedade de milho crioulo afetada. 

Aparentemente, o fenômeno é conhecido e comum: presença do inseto chamado cigarrinha (Dalbulus maidis), infectando e transmitindo vírus, bactérias e fungos. O que não se sabe ainda, com segurança, é quais são estes micro-organismos e porque a agressividade com que se comportam, já que este tipo de impacto sobre a produção é novo, não é comum, entre os agricultores. Também impressiona a velocidade com que se propaga e a baixa capacidade imunológica apresentada pelas variedades afetadas em contraposição com as variedades crioulas e não transgênicas.

Segundo o professor Rubens Nodari, da Universidade Federal de Santa Catarina, doutor em Genética pela Universidade da Califórnia, “este é um fenômeno que deve ser estudado com atenção. A ocorrência cada vez mais frequente de sintomas que aparecem antes da maturação, como secamento, quebra de plantas e podridão na espiga, parte deles atribuídos ao enfezamento no milho, é mais um alerta de problemas que emergem do sistema agrícola usado na produção de milho.

Há uns 20 anos atrás, muitos cientistas não conheciam e nem tinham como prever os possíveis efeitos da transgenia em plantas. No entanto, vários afirmaram que os piores problemas seriam “os imprevistos”. Aqueles que ocorrem em plantas transgênicas e não nas não transgênicas e não tinham sido previstos. Estes problemas não serão os últimos, mas os danos certamente recaem sobre o produtor. Assim espera-se que os pesquisadores, em particular os fitopatologistas, contribuam para a avaliação holística do que está acontecendo. Cabe uma de tantas perguntas: quanto o sistema de cultivo utilizado e a transgenia contribuem para os problemas citados?”



Agricultores que já foram castigados pela seca, agora têm prejuízos por conta da doença em seu milho / FETRAF

Um fato chama atenção: variedades de milho crioulo não apresentam sintomas da doença

De acordo com o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), Irajá Antunes, doutor em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade de São Paulo (USP), “quando se trata de germoplasma crioulo, mais precisamente, de variedades crioulas, em princípio, por sua intrínseca variabilidade genética, as mesmas apresentam uma significativa capacidade de tolerância frente a fenômenos naturais que possam ser detrimentais às mesmas (maior resiliência), dentre os quais, a ocorrência de doenças, como no presente caso”. Antunes explica ainda que “tal resiliência é fruto dos processos de seleção natural que ocorrem a partir das interações dessas populações de plantas com os ambientes onde são cultivadas, interações estas que são permanentes e dinâmicas”.

Luís Dalla Costa, dirigente do MAB e da Via Campesina, que vem acompanhando a situação, entende que as “empresas de sementes são as responsáveis por venderem como excelentes, sementes que causam enormes perdas aos agricultores e devem indenizá-los por estes prejuízos”.

Rui Valença, Coordenador Geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – Fetraf/RS, que tem acompanhado de perto a situação, entende que o grande problema é o modelo de produção do agronegócio que é imposto aos agricultores, uma vez que “todo ano surgem novas doenças, novas pragas, novas plantas invasoras resistentes”. Valença aponta que há um desequilíbrio causado pelos venenos, chamados equivocadamente de “remédios”. 

Para ele, “as plantas transgênicas têm sua estrutura alterada, pouca resistência, o que torna fácil a infestação de pragas, abre a porta de entrada para inúmeras doenças”. Valença, que afirma ainda que é “preciso fazer um grande debate sobre que tipo de produção de alimentos a sociedade quer”, informa que a Fetraf está solicitando análise de laboratório e identificando a forma de responsabilizar as empresas para que os agricultores sejam ressarcidos em seus prejuízos.

Josuan Schiavon, engenheiro agrônomo, mestre em Produção Orgânica e Agroecologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), defende o uso das sementes de milho crioulo e varietais como a principal alternativa para os pequenos agricultores. 

“O principal problema da produção dos crioulos e varietais, que é a lagarta do cartucho, tem várias soluções através do controle biológico, como por exemplo, o uso do Bacillus thuringiensis ou a vespinha Trichograma. “A qualidade nutricional de um milho crioulo é melhor, o alimento que vem dele é saudável, o custo da semente é menor e o agricultor pode guardar para o ano seguinte”, aponta Schiavon, acrescentando ainda que “a produtividade, como temos constatado, pode ser alta, se assemelhando a alguns transgênicos”. Para ele, levando em conta os prejuízos que estão aparecendo agora, “o milho crioulo produz mais, tem um custo benefício melhor, já que tem alta qualidade e baixo custo de produção”.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul



segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Hospital Galileu renova selo em programa nacional de alimentação sustentável

A certificação Green Kitchen reconhece instituições que trabalham o uso sustentável dos alimentos e o destino consciente dos resíduos orgânicos
12/01/2021 
Por Rafaela Palmieri (HPEG)



As práticas para uma alimentação saudável desenvolvidas pelo Setor de Nutrição e Dietética (SND) do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG) garantiram a renovação do selo Green Kitchen para a unidade. A certificação reconhece atitudes e iniciativas sociais e ambientais nos serviços alimentares oferecidos pela instituição. Além disso, fatores como produção sustentável e o destino adequado dos restos alimentares são avaliados.

“Com a implementação dessas práticas, aplicamos estratégias de desenvolvimento sustentável, buscando reforçar o apelo global que a ONU fomenta em relação ao bem-estar da vida e consolidar a responsabilidade socioambiental da instituição”, explica Thiago Silva, coordenador do SND.

Foto: Ascom / HPEG

A certificação veio após uma avaliação padrão com questões relacionadas a alimentação saudável, sustentabilidade e ambientação natural. “O manejo de resíduos produzidos e treinamentos em sustentabilidade foram alguns dos requisitos avaliados e que proporcionaram a conquista”, ressalta Thiago.

Diariamente, a equipe oferece um cardápio equilibrado e saudável aos pacientes, acompanhantes e colaboradores, priorizando alimentos com valores nutricionais agregados e evitando o uso de produtos industrializados.

Sustentabilidade

O HPEG conquistou o selo Green Kitchen pela primeira vez em 2016. Além da qualidade dos alimentos, a unidade prioriza a sustentabilidade na produção e destino dos alimentos.

Para Joabe Lopes, coordenador de apoio, a conquista é o reflexo do engajamento do serviço de nutrição do hospital. “Conseguimos oferecer uma alimentação de qualidade aos usuários com o mínimo de impacto ambiental e a máxima otimização dos recursos disponíveis”, enfatiza o profissional.

Selo Green Kitchen

Além do HPEG, outras instituições no Pará já conquistaram o selo. São elas: Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência e Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo na região metropolitana de Belém; e os Hospitais Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso, Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna e Materno-Infantil de Barcarena Dra. Ana Turan, no interior do estado.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Alimentação Intuitiva: usando emoção e razão para comer bem

Nosso sexto sentido nos ajuda a nos reconectar com nosso estado natural de saúde e com a comida que consumimos

Accácio Franklin
Fonte: Portal Terra

A gente come o que tem vontade, ou não come porque não pode ganhar peso. Continua repetindo esses comportamentos, provavelmente se sentindo cada vez pior. Passa mal, se olha no espelho, surgem mais espinhas ou estrias, as dores de cabeça ou o desânimo não deixam você continuar o dia normalmente. A Alimentação Intuitiva pode te ajudar a transformar esse mecanismo.


Alimentação Intuitiva: usando emoção e razão para comer bem

Nosso sexto sentido nos ajuda a nos reconectar com nosso estado natural de saúde e com a comida que consumimos



Foto: Personare

Alimentação Intuitiva e o olhar atento às escolhas alimentares

A terceirização da preparação da comida para as indústrias em nome da praticidade, as dietas restritivas e rígidas e o excesso de informações nutricionais muitas vezes confusas, e até mesmo contraditórias, levaram a gente para um comportamento alimentar muito desconectado com nossa saúde, a produção de ingredientes e da comida que consumimos.

Milênios acumulados de experimentos, costumes e sabedoria foram ignorados solenemente em nome do avanço tecnológico desassociado de valores básicos da coabitação no planeta Terra e do bem-estar de corpo e mente do ser humano.

Não existe comer melhor, seja para recuperar a saúde ou para nos sentirmos bem, se nós não refletirmos sobre todos os aspectos que envolvem nossas escolhas alimentares.

A gente come o que tem vontade, ou não come porque não pode ganhar peso. Continua repetindo esses comportamentos, provavelmente se sentindo cada vez pior. Passa mal, se olha no espelho, surgem mais espinhas ou estrias, as dores de cabeça ou o desânimo não deixam você continuar o dia normalmente. A Alimentação Intuitiva pode te ajudar a transformar esse mecanismo.

São inúmeras as maneiras que nos relacionamos com a comida e algumas nos fazem nos sentir muito mal conosco mesmas.

Fora as questões sociais, culturais e políticas envolvidas nesse descompasso, os sintomas físicos desde os simples que se resolvem com um comprimido até os graves que fazem parte de uma doença crônica sistêmica (como diabetes, autoimune, câncer, entre outros).

Nós sabemos exatamente de que maneira a culpa e o mal-estar surgem e imediatamente pensamos na comida como causa deles.

E o que tudo isso tem a ver com sexto sentido? TUDO!

É exatamente essa falta de conexão, de intimidade com nosso corpo e a separação que fazemos dele da natureza como um todo que leva a gente a aceitar como normal uma forma de comer contra-intuitiva.

Como seres humanos, fomos adquirindo conhecimento ao longo de muito tempo sobre o que a natureza já fornecia, e como poderíamos usar nossa capacidade de observação do funcionamento dela e das nossas necessidades como indivíduos e como comunidade.

E esse conhecimento tácito se formou a partir do que foi ficando óbvio pela percepção repetida, bem como de gente e de civilizações que se aventuraram a ir além de seus territórios e do que era perceptível pelos cinco sentidos para encontrar maneiras de consumir de forma segura ingredientes que envenenavam e até matavam as pessoas.

O resgate da sabedoria de nossos ancestrais na Alimentação Intuitiva

Como diz Michael Pollan, autor de vários livros sobre alimentação e um expoente mundial no assunto, prefira comer as comidas que nossos bisavós identificavam como alimento. E se vier em um pacote e conter mais de cinco ingredientes descritos, desconfie.

Antigamente as pessoas sabiam o quê/quando/como/com quem comer. Aprendiam com os mais experientes e com os testes que a curiosidade levava a fazer.

Hoje a alimentação de grande parte da sociedade é guiada por indústrias interesseiras e uma ciência que, em grande parte, visa lucro (que fique claro que existem sim ciência séria e marcas responsáveis que tem como valor principal a regeneração do meio ambiente e o consumo consciente).

A alimentação intuitiva passa, justamente, por resgatar essa sabedoria acumulada por gerações, trazer ela para o contexto contemporâneo.

Ela nos convidar a realizar as transformações necessárias para que a comida volte a fazer sentido para nosso corpo, na forma da expressão do estado natural de saúde, e para o meio ambiente, em forma de modos de produção sinérgicos com o funcionamento pleno dos sistemas naturais.


Para entender a Alimentação Intuitiva precisamos saber o que é a intuição

Alimentação Intuitiva não é achismo, nem uma coisa mística, nem apenas para pessoas mais sensíveis. Intuição, na verdade, tem mais a ver com usar razão e emoção em conjunto para tomar decisões mais alinhadas com o que está acontecendo com seu corpo, sua mente, sua vida.

Segundo a pesquisadora Brené Brown, "intuição não é independente de qualquer processo de raciocínio. De fato, psicólogos acreditam que a intuição é um processo de associação instantâneo e inconsciente - como um quebra-cabeças mental.

O cérebro faz uma observação, escaneia seus arquivos e pareia a observação com memórias, conhecimento e experiências existentes. Uma vez que ele junta uma série de associações, nós temos um pressentimento sobre aquilo que nós observamos", e daí podemos tomar uma decisão de como agir a respeito.

Tem gente que ignora essa "sensação" ou que nem percebe que a teve, e tem gente que não consegue a distinguir de uma criação da imaginação.

Assim como tem gente que usa bastante isso para cada aspecto da vida. No caso da forma como a gente come no dia a dia, é mais comum tomarmos uma de duas decisões:

  • Decisão extremamente emocional, como seguir o desejo por alguma comida simplesmente porque sentiu vontade e não parou para pensar se aquela comida era realmente gostosa, ou se poderia prejudicar o organismo. A vontade é tão forte ou tão inconsciente que se come, sem pensar.

A duas formas costumeiramente nos fazem mal. Se vamos pelo caminho racional, é comum as emoções "sabotarem" nossa força de vontade e disciplina. Se vamos pelo caminho emocional, é comum a racionalidade vir criticar a gente com requintes de crueldade.

Que aspectos emocionais envolvem nossas escolhas?

O culto à estética do corpo e ao consumo, que a cada geração nos dita o que é ser mais atraente, poderoso e aceito; e nos convencem o que é mais desejoso, saudável ou aceitável de comer, exacerbam nossos sentimentos de inadequação, de que não somos merecedores de atenção, afeto e acolhimento. O que obviamente influencia nossas escolhas do que/quando/como/com quem comer.

Sentimos vontade e vamos comer, comemos e sentimos todos esses elementos, que claramente são tóxicos para nosso corpo e mente. Nos sentimos mal, mas não conseguimos nos libertar dessa rodinha do hamster.

Tentamos encontrar uma fórmula de sucesso que vai resolver nossos problemas com a comida, com a forma física e com nossa saúde.

Mas depois somos frustradas pelos resultados não alcançados ou muito difíceis de se manter, quando inevitavelmente a vida vai mudando os contextos e o funcionamento do nosso organismo, e colocamos a culpa na gente mesma.

Vale esclarecer que existem dietas, ou melhor, métodos que nos ajudam a comer de uma determinada forma que buscam o resgate da saúde porque estamos sofrendo com uma doença que precisa de cuidados específicos, e que as pessoas podem se beneficiar demais disso.

Outro caso que vale destacar são as dietas por escolhas éticas, como é o caso do veganismo, frugivorismo, entre outras.

Porém, na grande maioria das vezes, elas não são sustentáveis no longo prazo porque podem trazer malefícios para a saúde física e mental.

Em casos como esse, depois que alcançar o resultado desejado, é importante entrar em um modo de manutenção que considere, com flexibilidade, os sinais do organismo e da mente como tão válidos quanto as recomendações de profissionais de saúde ou de instituições alinhadas com certos princípios.

Alimentação Consciente x Alimentação Intuitiva

Recentemente, o Mindful Eating, ou Alimentação Consciente, começou a ganhar mais visibilidade como uma técnica que nos ajuda a nos reconectar com nosso corpo e mente por meio da comida.

O que é sim um valioso instrumento para começarmos a enxergar a comida como aliada e os sinais e os sintomas como instrumentos valiosos de autocuidado.

No entanto, a Alimentação Intuitiva vai um passo além do Mindful Eating porque amplia nossa percepção dos cinco sentidos e da habilidade consciente de fazer escolhas que vão nos beneficiar.

Ela nos convida a usar o sexto sentido para decidir o que comer evocando a capacidade conjunta de todas as áreas do cérebro combinadas com a do coração e dos intestinos, que são nossos principais centros neurais responsáveis pelas nossas tomadas de decisão, tanto para a sobrevivência quanto pelo bem-estar.

O sentir tem tanta importância quanto o saber, o que as técnicas meditativas ajudam a acessar, como mostra a Alimentação Consciente.

Praticando a Alimentação Intuitiva: pode onde começar?

Agora que você já leu sobre os mecanismos emocionais e racionais que nos levam a comer, vou te ajudar a usar a intuição para fazer escolhas mais saudáveis. Você pode começar a praticar a alimentação intuitiva:

  • Escolhendo questionar a cultura da dieta restritiva, da medicamentalização de ingredientes ou da produção em massa de alimentos.

Como? 
Perceba como nos ensinam a comer de maneira inflexível ou a buscar metas insustentáveis. Como anunciam que vão trazer resultados imediatos e persistentes ou como usa estratégias para manter a gente dependente dessa conveniência.

Podemos usar nossa capacidade racional para avaliar as informações e os resultados que são coletados e analisados com critério. E usar nossos sentimentos para avaliar com profundidade as emoções que surgem a partir das práticas dessas dietas e dessas recomendações, como também do consumo desses produtos.

  • Preferindo cultivar a autocompaixão e o amor próprio, não importando nosso estado de saúde ou a forma do nosso corpo, no lugar de fazer escolhas alimentares a partir do medo, das regras rígidas, dos sentimentos de inadequação.

Acontece um processo muito bonito e leve quando a gente ama todos os pedaços do que constitui nosso ser, incluindo como nosso organismo funciona para nos manter vivos e para nos mostrar que ele gostaria de mais atenção e cuidados, como a sensação de fome e os sintomas incômodos, por exemplo.

Fique tranquila, não vai ficamos acomodadas, vamos sim minimizar o estado de estresse constante que nosso corpo fica por não se aceitar, o que já ajuda demais a diminuir o estado de inflamação generalizada decorrente disso, e contribui enormemente para resgatar o funcionamento dos sistemas do organismo e ter um peso mais compatível com nossa bioindividualidade.

Nossa mente ganha mais espaço e nosso corpo tem mais energia para se movimentar, e inclusive passar a estudar e praticar mais os cuidados de corpo e mente. Ganhamos maior confiança para fazer escolhas adequadas combinando esse conhecimento externo com nosso mundo interno.

  • Praticando a autonomia nos cuidados com a saúde, que é combinar o conhecimento científico, conhecimento das culturas tradicionais, pesquisas idôneas e profissionais que se baseiam em tudo isso com nossas próprias percepções pessoais ao colocar em prática.

Acrescente a curiosidade intuitiva, que surge a partir de uma voz sutil interna que vamos aprendendo a ouvir, que gentilmente nos convida a explorar alguma prática que parece não ter dados e fatos para comprovar antes de praticar, mas que parece fazer sentido emocional.

Quantas vezes sentimos que aquele profissional de saúde era a pessoa que iria nos ajudar, ou que não era alinhada com o que buscávamos?

Quantas vezes olhamos para uma comida e sentimos que vamos passar mal, mesmo sem conter nenhum ingrediente considerado ruim?

Quantas vezes a gente se arrepende de não ter ouvido nossa intuição, em casos como esse?

  • Considerando que os benefícios daquela forma de alimentar precisam expandir da nossa individualidade.

É nos darmos conta que nos alimentarmos em consonância com nossa bioindividualidade vai muito além de saúde e sobrevivência: é honrar os conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores; é nos conectarmos com o momento presente, considerando tudo que afeta nossa escolha do que comer; e é tomarmos decisões que intencionam a sustentabilidade e uma cultura regenerativa que promovem maior qualidade de vida.

Alimentação Intuitiva conecta a natureza interna à externa

Não é pela cobrança, ou pela obsessão por informações, ou pelo medo, pois esses estados mentais indicam desconexão.

Temos a chance de reconexão a cada refeição, a cada compra de ingredientes e utensílios, a cada minuto preparando um prato ou lavando as louças, a cada reação de prazer ou de dor quando estamos comendo ou depois de comer.

Nós podemos amadurecer essa conexão por vários caminhos com escolhas possíveis para aquele momento, sem adicionar a pressão de estar seguindo um modelo à risca, mas nutrindo uma intimidade com sua natureza interna e com a natureza externa para confiar mais nas próximas escolhas alimentares.

Accácio Franklin (a.franklin@personare.com.br)

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Feiras Orgânicas