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domingo, 21 de fevereiro de 2021

México avança com plano de proibir milho transgênico e glifosato, diz autoridade

Por Reuters - 19/02/2021 - 17:35



As importações representam mais de um terço da demanda do país e abastecem principalmente a indústria pecuária mexicana (Imagem: Pixabay)

O México está avançando com seus planos para deixar de importar milho geneticamente modificado e proibir o uso de um herbicida, disse à Reuters uma autoridade de alto escalão do país, sinalizando o fortalecimento de uma política que agradou defensores do meio ambiente, mas acendeu um alerta entre líderes da indústria.

O plano, decretado no final de 2020, visa substituir até 2024 cerca de 16 milhões de toneladas de milho amarelo importado principalmente de agricultores dos Estados Unidos, sendo quase todo o volume de produtos geneticamente modificados por produção local nova.

As importações representam mais de um terço da demanda do país e abastecem principalmente a indústria pecuária mexicana.

Víctor Suárez, subsecretário de Agricultura e arquiteto do programa, argumentou que o milho transgênico e o herbicida glifosato são muito perigosos, e que a produção local e as práticas “agroecológicas” sustentáveis devem ser priorizadas.

Ele também citou estudos que relacionam o glifosato ao câncer e que dizem que o produto causa danos a polinizadores, como as abelhas. Além disso, alegou que o milho transgênico contamina as variedades nativas do grão mexicano.

A Bayer, uma das principais produtoras do glifosato, defende que décadas de estudos mostraram que a substância é segura para o uso humano.

Já os defensores dos cultivos transgênicos, incluindo do milho, argumentam que eles aumentaram dramaticamente as produtividades agrícolas e que estudos não mostraram efeitos nocivos aos seres humanos.

“Vamos trabalhar nessa direção, e isso tem que ficar claro, ninguém deve pensar que pode apostar que esse decreto não será cumprido”, disse o agrônomo Suárez, aliado de longa data do presidente Andrés Manuel López Obrador.

Suárez descreveu o milho transgênico e o glifosato como “indesejáveis e desnecessários” para que a meta do governo, de tornar o México autossuficiente em alimentos, seja alcançada.

“Temos que colocar à frente da economia e dos negócios os direitos à vida, os direitos à saúde, os direitos a um meio ambiente saudável”, afirmou.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina encontrou soja e milho em metade dos produtos analisados. Contrariando a lei, nenhum deles indicava presença de componentes geneticamente modificados

Fonte: SEARADIONAOTOCA
por Cida de Oliveira, da RBA publicado 15/09/2017 


ARQUIVO/EBC


Presença de transgênicos é omitida pela indústria de alimentos. Peito de peru e patês foram os itens com maior concentração de derivados de soja e milho




Brasília – Metade das carnes e derivados contém em sua composição ingredientes transgênicos e o consumidor nem desconfia. É o que sugere uma pesquisa do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgada durante o Agroecologia 2017 – 6º Congresso Latino-Americano de Agroecologia, 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia e 5º Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno


Dos 496 produtos analisados, 49,2% continham pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho. A maior concentração foi encontrada nos subgrupos de peito de peru e patês. A proteína de soja, detectado em 217 alimentos do grupo (43,7%), foi o ingrediente mais usado. (43,7%), seguido do amido de milho, que estava em 27 itens (5,4%).
Do total, 209 alimentos continham ingredientes derivados de soja, 18 deles continham derivados de milho e outros 21, derivados de ambos.
Os ingredientes derivados de milho e soja identificados na tabela dos rótulos destes alimentos são a proteína de soja, o amido de milho, lecitina de soja, óleo de milho, farinha de soja, farinha de milho, óleo de soja, xarope de milho, molho de soja e dextrose de milho.

As lavouras brasileiras de soja e milho são, em sua maioria, geneticamente modificadas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), os organismos geneticamente modificados (OGM) estão cada vez mais presentes na alimentação da população mundial, seja como alimento ou como ingrediente de alimentos industrializados.

O Brasil é o segundo país que mais planta transgênicos no mundo e desde 2003 têm aprovado para cultivo e consumo soja, milho, algodão e, mais recentemente, um feijão transgênico, que ainda não está disponível para consumo. Atualmente, 94% da soja, 85% do milho e 73% do algodão cultivados no Brasil são transgênicos.

"Tais cultivos dão origem a subprodutos que são utilizados pela indústria alimentícia como constituintes de muitos alimentos. Considerando a crescente produção de alimentos transgênicos no Brasil, presume-se uma grande possibilidade de que os ingredientes derivados de milho e soja, presentes nesses produtos, também sejam transgênicos", afirmou a professora da UFSC e líder da pesquisa, Suzi Barletto Cavalli.

REPRODUÇÃO

94% da soja e 85% do milho cultivados no Brasil são transgênicosMais agrotóxicos
Essa notícia é ruim porque plantas transgênicas recebem muito mais agrotóxicos durante seu cultivo. Sem contar outros riscos à saúde e ao meio ambiente que sequer foram dimensionados.

No Brasil, o Decreto no 4.680/2003 estabelece que todos os alimentos e ingredientes alimentares que contenham ou sejam produzidos a partir de transgênicos, com presença acima de 1% do produto, devem ser rotulados.

Contudo, estudos brasileiros revelaram a presença destes ingredientes em alimentos com quantidade superior a 1% sem, no entanto, informar a presença destes componentes no rótulo, apesar da legislação de rotulagem

Para chegar a essas conclusões, as pesquisadoras Rayza Dal Molin Cortese, Suellen Secchi Martinelli, Rafaela Karen Fabri e Rossana Pacheco Proença, do Núcleo de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE/UFSC), analisaram os rótulos das embalagens de carnes e preparações à base de carnes comercializados em um grande supermercado do Brasil pertencente a uma das dez maiores redes brasileiras, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Foram registradas informações como denominação, nome comercial, marca, fabricante e país de origem. Todos os rótulos foram fotografados para posterior identificação, transcrição e análise da lista de ingredientes e a presença do símbolo "T" referente à identificação de transgênicos na rotulagem. As carnes foram classificadas em subgrupos e analisadas por meio de um software específico.

Origem
Foram considerados subprodutos de soja e milho aqueles ingredientes que continham a determinação da origem, como óleo de milho, proteína de soja. Ingredientes como óleo vegetal ou amido não foram considerados, se não contivessem essa especificação. Também foi analisada a frequência dos ingredientes, com o intuito de verificar quais ingredientes derivados de soja e/ou milho estavam entre os mais frequentes nos alimentos analisados.

Do total de carnes e preparações à base de carnes analisadas, 49,2% traziam em sua composição pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho, sendo que a maioria dos subgrupos apresentava mais da metade dos alimentos com esses componentes.
Em apenas dois subgrupos (caviar e charque) não havia nenhum alimento contendo ingredientes derivados de soja e/ou milho. Os subgrupos que continham mais alimentos com ingredientes passíveis de serem transgênicos foram os subgrupos 13 – peito de peru; 14 – patês; 11 – preparações de carnes com farinhas ou empanadas e 1 – almôndegas a base de carnes.

Os achados são semelhantes aos de estudos internacionais e nacionais, que demonstraram a utilização de proteína de soja pela indústria alimentícia como um ingrediente em produtos processados à base de carne.

No caso de carnes e preparações à base de carnes, as proteínas de soja são amplamente utilizadas por suas propriedades de ligação de água, ligação de gordura, textura e capacidade emulsionante, além das características organolépticas como aparência, firmeza e corte.

No estudo catarinense, nenhum dos alimentos analisados continha identificação da presença de transgênicos no rótulo. Contudo, estudos brasileiros identificaram a presença de soja e milho em diversos alimentos, incluindo carne processada e produtos à base de soja em quantidade superior a 1% sem, no entanto, declarar a presença de transgênicos no rótulo, conforme a legislação de rotulagem

"Assim, considerando que 94% da soja e 85% do milho cultivados no país são transgênicos, é provável que os ingredientes derivados de soja e milho identificados no presente estudo também o sejam", disse Suzi Cavalli.

Segundo ela, esses resultados são preocupantes porque, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, 24,5% da quantidade per capita média diária de consumo da população brasileira são provenientes de produtos de origem animal, incluindo carnes, leite e derivados e ovos.

Além da grande quantidade de ingredientes possivelmente transgênicos adicionados pela indústria alimentícia em carnes e preparações a base de carnes, animais alimentados com ração produzida com milho e/ou soja transgênicas também podem constituir fonte de transgênicos na alimentação humana.

Outro lado
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informou à redação, por meio de nota, que é bastante clara quanto a esse tema e recomenda às suas associadas o pleno cumprimento do Decreto 4.680/03, que determina a rotulagem de alimento ou ingrediente alimentício com a presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGM). 

E que nos casos em que houver comprovação efetiva de desacordo com a legislação vigente estarão sujeitos às penalidades aplicadas pelas autoridades competentes.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Transgênicos na moda têm também

Fonte: INSECTA

Quando falamos de transgênico, provavelmente a primeira coisa que vem à mente são produtos alimentícios como milho e soja. Nem sempre é fácil perceber como as poderosas Monsanto e DuPont, multinacionais responsáveis pela maioria das sementes transgênicas no mundo, podem estar envolvidas com produtos além da mesa, afinal, ter monopólio das agriculturas destinadas à alimentação nos parece mais do que suficientemente rentável.

Mas a verdade é que o transgênico já chegou à indústria da moda faz tempo e veio, claro, pela fibra fabricada em maior quantidade no mundo: o algodão. A semente do algodão está no top 5 dos produtos transgênicos junto com a soja, o milho e a canola. Talvez você esteja pensando “se nós não comemos algodão, não tem problema usar algodão transgênico, não é mesmo?”. Porém, não é bem assim.

Um dos maiores problemas do transgênico começa bem antes do produto chegar na sua mão, e não tem muito a ver com saúde, pelo menos não com a nossa. Vamos deixar 99% das questões que envolvem o debate entre os que são a favor dos transgênicos e os que são contra e focar apenas em uma: o monopólio e como ele afeta os produtores.

Quem leu nossa matéria sobre o recém-lançado documentário The True Cost deve ter se espantado com a alta taxa de suicídio entre os produtores de algodão da Índia, um dos países que mais exportam algodão no mundo. A cada 30 minutos, um fazendeiro comete suicídio, o que equivale 1 em cada 3 suicídios no mundo. Enquanto a Monsanto nega firmemente que o produto dela tenha qualquer coisa a ver com isso, algumas pesquisadores, jornalistas e líderes indianos afirmam exatamente o contrário.



Para começar, as sementes são muito caras e os fazendeiros precisam recorrer a empréstimos bancários para financiá-las, com esperança de diminuir custos principalmente com pesticidas. Alexis Baden-Mayer, diretor político da Organic Consumers Association, esclarece que as sementes transgênicas “são incrivelmente mais caras; são 8 mil por cento mais caras do que sementes de algodão normal. Mas sementes de algodão normal se tornaram praticamente indisponíveis para os agricultores indianos por causa do controle da Monsanto do mercado de sementes “, disse IDT, acrescentando que a Índia é hoje o quarto maior produtor de culturas geneticamente modificadas.

Em contrapartida, um dos maiores problemas de plantar o algodão geneticamente modificado da Monsanto na Índia é que ele precisa de muita irrigação e, com os sistemas de irrigação manipulados pelos fazendeiros ricos, a maioria das plantações depende da água das chuvas. Porém, depender da água das chuvas é um risco imenso e muitas colheitas não acontecem. Logo, os fazendeiros não conseguem pagar os empréstimos, perdendo, inclusive, suas fazendas.

“O algodão transgênico tem sido promovido como algo que realmente resolve problemas dos agricultores indianos que cultivam algodão. Mas algo que tem sido promovido como uma solução de crises, cria ainda mais problemas “, disse o cientista agrícola Kirankumar Vissa.

Quando a chuva atrasa, os empréstimos se acumulam, as famílias perdem as terras e não enxergam mais nenhuma saída, eles recorrem, principalmente, aos pesticidas como fonte de auto envenenamento. É uma história que se remete entre as viúvas e filhos que ficaram.

Mas o que nós podemos fazer para não endossar essa política? Bem, a verdade é que é realmente complicado achar uma saída 100% porque a Índia exporta algodão para o mundo todo. É claro que não estamos dizendo para você jamais comprar algodão, mas sim que vale ficar atento nas empresas que produzem com materiais reciclados (além de PET, já existe algodão reciclado disponível para as marcas de moda) ou fazem upcycling.



Ainda é muito difícil de encontrar no Brasil, mas existe também opções de peças feitas com algodão orgânico, totalmente livre de transgênicos. Empresas responsáveis, que têm uma política ética realmente forte, também procuram suas matérias-primas de maneira responsável. O principal lema para ter em mente sempre é: consumir menos, melhor e com consciência do impacto daquele produto no mundo e na vida de outras pessoas.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Agrotóxico está escondido até em lasanhas e biscoitos

Fonte: A Tribuna
EGLE CISTERNA - 15/04/2015 - 19:46 - Atualizado em 15/04/2015 - 19:47


Relatório do Inca aponta que o Brasil se tornou o maior consumidor mundial do produto

É comum imaginar a presença de agrotóxicos em alimentos in natura,como verduras e hortaliças, mas eles podem estar escondidos em vários outros produtos processados pela indústria. A lista vai de biscoitos, salgadinhos, pães e cereais matinais a lasanhas e pizzas – e a todos os outros produtos que têm o trigo, o milho e a soja, como ingredientes. Nem a carne ou o leite estão livres dos agrotóxicos.

De acordo com relatório apresentado na última semana pelo Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), o uso de agrotóxicos no Brasil saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$ 8,5 bilhões, entre 2001 e 2011. Em 2009, o País se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com mais de um milhão de toneladas – o equivalente a um consumo médio de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante.

Contaminação e saúde

Segundo o levantamento, o uso de sementes transgênicas foi um dos responsáveis por essa realidade, uma vez que exigem grande quantidade de agrotóxicos em sua produção. Parte dessa química fica nos alimentos, mas parte acaba depositada no solo e pode até atingir o lençol freático, o que facilita a contaminação dos animais.

A exposição a esses produtos em alimentos e no ambiente, ainda que em doses baixas, pode causar intoxicações crônicas e afetar toda a população. Segundo o Inca, os efeitos adversos decorrentes da exposição crônica aos agrotóxicos podem aparecer muito tempo após a exposição e causar, entre outros problemas, infertilidade, impotência, abortos, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer.

Nas feiras

Uma alternativa para os produtos repletos de inseticidas e outros químicos são os alimentos orgânicos. Apesar de já contarem com feiras específicas em Santos, ainda são pouco conhecidos pela população.

“Os fregueses associam muitas vezes o orgânico com a hortaliça que “tem bicho” e preferem os com agrotóxico. Trocam aquilo que está com alguma sujeirinha, que pode ser facilmente limpo, por um produto com veneno”, diz a feirante Jaqueline Fernandes.




Os consumidores preferem ver preço a saber se o alimento possui ou não agrotóxico

Outra feirante, Eloisa Guida, vai além. “Aqui, as pessoas nem perguntam sobre agrotóxicos. Querem saber o que é mais barato, das frutas da estação”.

A dona de casa Sidneia Maria Rael afirma levar em consideração o preço na hora de escolher o produto. “Esses aí (orgânicos) eu não encontro em todos os lugares e são muito caros. Só levo para casa quando estão em promoção”.

Para o feirante Paulo Sergio Padovesi, aos poucos, a cultura dos fregueses da feira livre está mudando. “Na feira de sábado, na Pompeia, por exemplo, já compensa levar produtos orgânicos, pois há saída. Mas a produção ainda é pouca; são pequenos produtores que se juntam para vender uma quantidade menor. Isso faz com que o preço seja 50% maior do que aqueles que utilizam agrotóxicos”.

Evite danos

Para reduzir possíveis danos à saúde de produtos com agrotóxico, a dica é lavar bem o alimento. “Deve-se lavar em água corrente, usando até uma escovinha macia, em alguns casos”, ensina o nutricionista Cézar Henrique Azevedo. Ele orienta que algumas frutas, como o morango, não devem ficar muito tempo de molho. “A casca pode se dissolver e o defensivo agrícola entra no alimento”.

Azevedo aconselha também a lavar apenas a quantidade de frutas que for consumir na sequência, não deixar os produtos de molho na geladeira e não utilizar água quente para a limpeza. Deixar verduras de molho em uma solução de hipoclorito de sódio com água também é eficiente.

Nota do Blog Alimento Puro: Agrotóxico está dentro do alimento, não sai com nenhum produto ou com lavagem a quente ou frio. O que sai é o que está por fora que é uma quantidade mínima.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Propriedades que cultivam milho transgênico ao lado das que plantam milho orgânico!




Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Conforme decidido em nossa reunião de ontem, 26/01/2015, na sede da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna solicitamos a todos os que tiverem informações sobre a localização de atuais plantações de milho em sistema orgânico, e que tenham vizinhos que cultivem milho OGM, que entrem em contato conosco, para que possamos efetuar a Fiscalização de Coexistência nas propriedades que cultivem transgênicos.

A fiscalização de propriedades que cultivam milho OGM é uma atividade de rotina do MAPA, e será realizada pelos técnicos do Setor de Sanidade Vegetal da Superintendência do MAPA em São Paulo.

Vale lembrar que não se trata de fiscalização das propriedades orgânicas, mas sim dos vizinhos que cultivam transgênicos.

As regras de coexistência, a respeito das quais o nosso setor tece severas críticas, só valem para agricultores que tenham vizinhos que cultivem milho em sistema orgânicos ou cultivares não OGM.

A fiscalização trata do cumprimento da Resolução Normativa n°4/2007 da CTNBio que estabelece as distâncias de isolamento entre as culturas OGM e não OGM.

As informações (localização das propriedades que cultivem milho orgânico e tenham vizinho cultivando milho OGM) devem ser encaminhadas aos seguintes endereços:
organicos-sp@agricultura.gov.br ou lucas.zago@agricultura.gov.br

sábado, 15 de março de 2014

Com voto histórico, TRF4 impede a liberação de milho transgênico da Bayer

FONTE: MST -Movimento dos Trabalhadores Rurais sem terra
14 de março de 2014




Do Terra de Direitos

Nesta quinta-feira (13/03), desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – TRF4 decidiram, por unanimidade, anular a decisão da Comissão Nacional Técnica de Segurança – CTNBio que liberou do milho transgênico Liberty Link, da multinacional Bayer. A decisão se deu sob o fundamento de ausência de estudos de avaliação de riscos advindos do transgênico.

A sessão julgou a Ação Civil Pública proposta em 2007 pela Terra de Direitos, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC e a Associação Nacional de Pequenos Agricultores e a AS-PTA, que questiona a legalidade da liberação comercial do Liberty Link.

O relator da ação, desembargador Federal Cândido Alfredo Silva Leal Junior, leu trechos de seu longo voto por aproximadamente uma hora e meia, sustentando a necessidade de realização de estudos sobre os impactos negativos dos transgênicos em todos os biomas brasileiros.

Para Leal Junior, não bastam estudos realizados em outros países, pois a lei obriga que a decisão da CTNBio esteja amparada em estudos que avaliem o impacto dos transgênicos em cada um dos principais biomas do país. Além disso, o desembargador condenou a CTNBio a elaborar normas que permitam à sociedade ter acesso aos documentos dos processos que tramitam na Comissão, possibilitando a uma participação qualificada da população nos processos de liberação comercial.

As desembargadoras federais Marga Inge Barth Tessler e Vivian Josete Pantaleão Caminha, assim como o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, seguiram integralmente a posição do desembargador relator, ressaltando a excelência do voto.

Flores Lenz, que em julgamento anterior havia votado pela liberação do milho transgênico, mudou sua posição ressaltando que a análise do relator fará história e criará um novo paradigma de interpretação da matéria.

Com essa decisão o milho transgênico da Bayer não pode ser comercializado no Norte e Nordeste do Brasil, regiões onde não foram feitos estudos técnicos sobre riscos ambientais e à saúde humana advindos dos transgênicos.

A decisão cria novos paradigmas jurídicos na matéria e também poderá servir para que se reavaliem todas as demais liberações comerciais de transgênicos no Brasil, já que em nenhum caso as empresas fizeram avaliações de riscos em todos os biomas do território nacional.

Para Fernando Prioste, advogado popular da Terra de Direitos que acompanha o caso, a decisão terá grande impacto no tema, pois obriga que se realizem estudos de avaliação de riscos em todos os biomas brasileiros e obriga a CTNBio a dar ampla transparência aos processos de liberação de transgênicos.

“O voto de hoje merece um estudo detalhado, pois aborda o tema com profundidade, analisando os aspectos legais conjugando as consequências sociais e econômicas da liberação de transgênicos no Brasil para as futuras gerações”.

Prioste aponta que, apesar do TRF4 ter agora uma posição firme na matéria, as empresas deverão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal, possibilitando ampliar ainda mais o debate.

“Após dez anos de liberação comercial de transgênicos do Brasil, o debate sobre o tema se intensificou de forma mais complexa, expondo a debilidade da agricultura baseada nos transgênicos e agrotóxicos. A decisão judicial de hoje é um importante elemento que se somará à luta popular por um modelo de agricultura baseado na agroecologia, que garanta direitos aos agricultores e alimento saudável e sem agrotóxicos para a população”, afirmar o advogado da Terra de Direitos.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Cerveja: o transgênico que você bebe

Fonte: Outras Palavras
POR FLÁVIO SIQUEIRA JÚNIOR E ANA PAULA BARTOLETTO
– ON 28/02/2014CATEGORIAS: BRASIL, DESTAQUES, SOCIEDADE





Sem informar consumidores, Ambev, Itaipava, Kaiser e outras marcas trocam cevada pelo milho e levam à ingestão inconsciente de OGMs
Por Flavio Siqueira Júnior* e Ana Paula Bortoletto*

Vamos falar sobre cerveja. Vamos falar sobre o Brasil, que é o 3º maior produtor de cerveja do mundo, com 86,7 bilhões de litros vendidos ao ano e que transformou um simples ato de consumo num ritual presente nos corações e mentes de quem quer deixar os problemas de lado ou, simplesmente, socializar.

Não se sabe muito bem onde a cerveja surgiu, mas sua cultura remete a povos antigos. Até mesmo Platão já criou uma máxima, enquanto degustava uma cerveja nos arredores do Partenon quando disse: “era um homem sábio aquele que inventou a cerveja”.

E o que mudou de lá pra cá? Jesus Cristo, grandes navegações, revolução industrial, segunda guerra mundial, expansão do capitalismo… Muita coisa aconteceu e as mudanças foram vistas em todo lugar, inclusive dentro do copo. Hoje a cerveja é muito diferente daquela imaginada pelo duque Guilherme VI, que em 1516, antecipando uma calamidade pública, decretou na Bavieira que cerveja era somente, e tão somente, água, malte e lúpulo.

Acontece que em 2012, pesquisadores brasileiros ganharam o mundo com a publicação de um artigo científico no Journal of Food Composition and Analysis, indicando que as cervejas mais vendidas por aqui, ao invés de malte de cevada, são feitas de milho.

Antarctica, Bohemia, Brahma, Itaipava, Kaiser, Skol e todas aquelas em que consta como ingrediente “cereais não maltados”, não são tão puras como as da Baviera, mas estão de acordo com a legislação brasileira, que permite a substituição de até 45% do malte de cevada por outra fonte de carboidratos mais barata.

Agora pense na quantidade de cerveja que você já tomou e na quantidade de milho que ela continha, principalmente a partir de 16 de maio de 2007.

Foi nessa data que a CNTBio inaugurou a liberação da comercialização do milho transgênico no Brasil. Hoje já temos 18 espécies desses milhos mutantes produzidos por Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer, Dow Agrosciences e Dupont, cujo faturamento somado é maior que o PIB de países como Chile, Portugal e Irlanda.

Tudo bem, mas e daí?

E daí que ainda não há estudos que assegurem que esse milho criado em laboratório seja saudável para o consumo humano e para o equilíbrio do meio ambiente. Aliás, no ano passado um grupo de cientistas independentes liderados pelo professor de biologia molecular da Universidade de Caen, Gilles-Éric Séralini, balançou os lobistas dessas multinacionais com o teste do milho transgênico NK603 em ratos: se fossem alimentados com esse milho em um período maior que três meses, tumores cancerígenos horrendos surgiam rapidamente nas pobres cobaias. O pior é que o poder dessas multinacionais é tão grande, que o estudo foi desclassificado pela editora da revista por pressões de um novo diretor editorial, que tinha a Monsanto como seu empregador anterior.

Além disso, há um movimento mundial contra os transgênicos e o Brasil é um de seus maiores alvos. Não é para menos, nós somos o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, mais da metade do território brasileiro destinado à agricultura é ocupada por essa controversa tecnologia. Na safra de 2013 do total de milho produzido no país, 89,9% era transgênico. (Todos esses dados são divulgados pelas próprias empresas para mostrar como o seu negócio está crescendo)

Enquanto isso as cervejarias vão “adequando seu produto ao paladar do brasileiro” pedindo para bebermos a cerveja somente quando um desenho impresso na latinha estiver colorido, disfarçando a baixa qualidade que, segundo elas, nós exigimos. O que seria isso se não adaptar o nosso paladar à presença crescente do milho?

Da próxima vez que você tomar uma cervejinha e passar o dia seguinte reinando no banheiro, já tem mais uma justificativa: “foi o milho”.

Dá um frio na barriga, não? Pois então tente questionar a Ambev, quem sabe eles não estão usando os 10,1% de milho não transgênico? O atendimento do SAC pode ser mais atencioso do que a informação do rótulo, que se resume a dizer: “ingredientes: água, cereais não maltados, lúpulo e antioxidante INS 316.”

Vai uma, bem gelada?
Flávio Siqueira Júnior e Ana Paula Bartoletto

Ana Paula Bortoletto é nutricionista e doutora em nutrição em saúde pública. Flavio Siqueira Júnior é advogado e ativista de direitos humanos.

sábado, 2 de novembro de 2013

Brasil perde controle do milho transgênico.



Fonte: Folha Online

AGNALDO BRITO
Enviado especial da Folha ao Paraná

O Brasil começa a colher em algumas semanas a primeira safra comercial de milho transgênico autorizada pelo governo. O tamanho exato dessa produção ninguém ainda sabe, nem a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

O certo é que uma parte importante dos 17,4 milhões de toneladas da produção prevista do milho safrinha terá a tecnologia Bt (sigla para Bacillus thuriengensis), pela qual um gene não existente na planta é inserido no DNA de algumas variedades de milho.

A missão dessa proteína é criar toxinas inseticidas que matam três tipos de lagarta quando elas ingerem qualquer parte da planta. Para os produtores, a tecnologia promete reduzir o número de aplicações de veneno nas lavouras.

Mas a grande preocupação do campo agora nem é exatamente o volume de produção de milho Bt, mas sim os riscos sobre os milhões de toneladas que não são geneticamente modificadas e que vão entrar na cadeia de produção de alimentos nas próximas semanas.

Os agricultores informam que a separação entre OGM (organismo geneticamente modificado) e não OGM será mínima. Procuradas, grandes indústrias consumidoras de grãos utilizados na produção de ração para frangos e suínos, como as gigantes Sadia e Perdigão, prometem manter políticas de aquisição de não OGMs. Como o farão não informaram.

A reportagem da Folha percorreu uma das maiores regiões de produção de grãos do país, o oeste do Paraná, e flagrou o plantio fora das regras impostas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, maior autoridade em biossegurança do país) para o cultivo do milho transgênico. Mais: uma boa parte da nova safra desse OGM será colhida, transportada, armazenada e provavelmente processada sem nenhuma separação.

O assunto traz também uma enorme ameaça para boa parte da indústria de alimentos, cujo esforço tem sido o de tentar de todas as formas se enquadrar nos limites de até 1% de OGM na composição de seus produtos e evitar a rotulagem com o selo indicador de existência de transgênico.

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) acredita que o milho vai agravar um problema que já ocorre com a soja. O governo admite: "[A rotulagem] está sendo cumprida, [mas] não na abrangência que a lei requer", afirma Jairon do Nascimento, secretário-executivo da CTNBio, autoridade responsável por liberar 11 tecnologias transgênicas no país.

A propósito, a CTNBio considera a rotulagem "um luxo desnecessário". A alegação é que o consumidor deve confiar na segurança dos OGMs autorizados pela comissão.

Tudo misturado
A exemplo do que ocorreu com a soja transgênica, hoje quase que totalmente misturada às variedades convencionais, o milho, segundo os produtores, terá o mesmo destino.

O problema começa já na lavoura, com o risco real de contaminação de plantações convencionais ou orgânicas por plantas transgênicas. A possibilidade de uma planta polinizar outra cria dúvidas sobre as garantias reais de que a lavoura convencional não receberá pólen transgênico.

A Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento do Paraná), Estado que mais tem combatido o avanço dos transgênicos no país, confere a eficácia das regras fixadas pela CTNBio que determinam espaços e tempos de plantios não coincidentes com o objetivo de não misturar milhos.

A reportagem da Folha acompanhou fiscais da secretaria num teste em plantação no município de Goioerê e constatou, em análise preliminar, traços de transgênicos em lavoura de milho convencional.

Segundo o engenheiro agrônomo Marcelo Silva, fiscal do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária da Seab, há fortes indícios de que o afastamento exigido hoje (veja quadro) não é suficiente para assegurar a coexistência com a tecnologia transgênica sem que ela contamine plantios convencionais ou orgânicos por polinização.

O assunto é polêmico, envolve risco de perda de contratos (o que já ocorreu com produtores de soja) e até o direito de produtores que não queiram adotar a tecnologia de companhias multinacionais de biotecnologia, como Monsanto, Syngenta, Bayer e outras.

O trabalho da Secretaria de Agricultura do Paraná pode culminar num enorme revés para a CTNBio, que admite que, se houver fatos novos no estudo de transgênicos, pode reavaliar as suas decisões.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Festa junina transgênica


Transgênicos IDEC

É no mês de junho que acontecem as tão típicas e esperadas festas juninas, com suas danças, roupas típicas e comidas únicas. Pensando nisso, o IDEC realizou uma pesquisa, avaliando a rotulagem de alimentos à base de milho usados para preparo de comidas tradicionais de festa junina.

A pesquisa do IDEC avaliou se o direito à informação ao consumidor está sendo cumprido em relação à presença de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) nos alimentos, principalmente em relação ao acesso à informação correta nos rótulos e se os estabelecimentos comerciais cumprem a legislação estadual de São Paulo sobre a disposição de alimentos transgênicos. A pesquisa foi realizada em duas partes:

1) Foram avaliadas quatro marcas diferentes (Mestre Cuca, Hikari, Yoki, Kisabor) de cinco produtos à base de milho (farinha de milho amarela, fubá, milho para pipoca, milho para pipoca de micro-ondas e canjica de milho branca). Os produtos foram avaliados em relação à presença do símbolo transgênico, de uma das expressões que devem acompanhar o símbolo e da espécie doadora dos genes nos rótulos de todos os produtos (conforme Decreto Federal nº 4.680/2003, Lei Estadual nº 14.274/2010 e Portaria nº 2.685/2003 do Ministério da Justiça). Quando necessário, foi realizado contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) dos fabricantes;

2) Foram visitados sete estabelecimentos comerciais da cidade de São Paulo, que foram avaliados em relação à segregação dos produtos transgênicos nas prateleiras, bem como o aviso correspondente.

Na ausência de indicação no rótulo da presença ou ausência de OGMs, foi realizado o contato com o SAC dos fabricantes solicitando a comprovação de que os produtos não contém transgênicos. Outro ponto importante foi a avaliação sobre a maneira que a informação sobre OGMs está sendo transmitida, ou seja, a presença de práticas de disfarce das informações, como por exemplo:
- Se o Símbolo T está em local e tamanho adequados, segundo disposto na legislação;
- Se a descrição obrigatória da espécie doadora está presente, segundo disposto na legislação;
- A presença de mensagens que podem confundir o consumidor, como “Aprovado pela CTNBio” abaixo do Símbolo T.
Foi verificado nos estabelecimentos comerciais o cumprimento da Lei Estadual nº 14.274/2010, sobre a disposição em local específico dos produtos alimentícios com OGM, de modo a não confundir os consumidores.

“A pesquisa é de grande importância para o consumidor, pois a informação é essencial como meio de garantir aos cidadãos seu poder de escolha, que já foi declarado em diversas pesquisas de opinião. Tendo como pressuposto a vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo, o CDC (Código de Defesa do Consumidor) garante o direito à informação, impedindo que as falhas no mercado de consumo que prejudicam ou negam informações claras, completas e adequadas aos consumidores limitem sua liberdade de escolha. Para o consumidor, esse direito é garantido em duas etapas: a primeira e mais importante, precede a compra com a publicidade e/ou embalagem do produto e a segunda é no momento de aquisição. Em ambos os casos, o rótulo dos produtos é fundamental”, explica a pesquisadora em alimentos do Idec, Ana Paula Bortoletto Martins.

Resultados
Entre as cinco categorias de produtos estudados, constatou-se que todas as marcas de farinha de milho amarela e de fubá são produzidas com milho transgênico. Dentre as quatro marcas de farinha de milho e de fubá analisadas, duas foram reprovadas em relação à adequação da rotulagem de alimentos transgênicos (Mestre Cuca e Yoki) por não apresentarem a informação da espécie doadora na embalagem.

Em relação ao milho para pipoca e ao milho para pipoca de micro-ondas, três das quatro marcas declararam no rótulo não ser de origem transgênica. A única empresa que declarou possuir milho transgênico informou de forma correta no rótulo (Kisabor). Ao entrar em contato com o SAC das empresas, a Hikari informou que garante que o milho não será transgênico até o final de 2013. A Yoki informou que todos os produtos da marca são transgênicos, porém não possui nenhuma informação no rótulo; por isso, foi reprovada na análise da rotulagem.

Duas das quatro marcas de canjica branca declararam possuir milho de origem transgênica (Kisabor e Hikari) e foram aprovadas na análise da presença de informações sobre transgênicos no rótulo. A Yoki foi reprovada novamente, por não declarar no rótulo que o produto é transgênico, porém o SAC declarou o contrário. A marca Mestre Cuca declarou tanto no rótulo quanto no SAC que o produto não é transgênico e, por isso, foi aprovada.

MarcaProdutoInformação sobre a
presença de transgênicos
Mestre Cucatransgênico: farinha de milho amarela e fubáreprovada
não transgênico: milho para pipoca e canjicaaprovada
Yokitransgênico: farinha de milho amarela e fubáreprovada
não transgênico: milho para pipoca e canjicareprovada
Hikaritransgênico: farinha de milho amarela, fubá e canjicaaprovada
não transgênico: milho para pipoca e canjicaaprovada
Kisabortransgênico: farinha de milho amarela, fubá, milho para pipoca e canjica transgênicosaprovada


A FFAMM, responsável pela marca Mestre Cuca, informou que: “Em relação a falta de informação do gene doador. esclarecemos que foi devido a uma questão técnica de interpretação, entretando, esta informação já estará constando em nossos próximos lotes de embalagens(sic)“. YOKI não localizou o e-mail nem a resposta obtida pelo SAC da empresa e ainda informou que “nem todos os produtos à base de milho fabricados pela empresa são transgênicos”. As empresas Hikari e a Kisabor não enviaram resposta até a data de fechamento da pesquisa.

Conclui-se, portanto, que a legislação referente à informação da presença de OGMs nos alimentos não está sendo cumprida por parte das empresas de produtos derivados de milho. Os problemas encontrados foram: a ausência da declaração no rótulo de que o produto é transgênico e a ausência da informação da espécie doadora dos genes.
Em relação ao cumprimento da Lei Estadual nº 14.274, todos os estabelecimentos estavam em desacordo, ou seja, não apresentavam segregação de alimentos com ou sem OGMs.

Vale ressaltar que não foi realizada a análise laboratorial da presença de organismos geneticamente modificados para a comprovação de que o que foi declarado pelas empresas está correto. A pesquisa baseou-se no princípio da boa-fé das empresas em cumprir a legislação referente ao direito à informação sobre a presença de OGMs nos alimentos.

Quanto à observação dos estabelecimentos comerciais, nenhum dos sete supermercados da cidade de São Paulo (Zona Oeste) visitados pela equipe técnica do Idec cumpria a Lei Estadual nº 14.274/2010, sobre a disposição dos produtos alimentícios com OGM. Os estabelecimentos foram visitados no mês de maio de 2013.

O consumidor deve ficar atento às informações sobre a presença de transgênicos dos rótulos dos produtos, principalmente à base de milho e de soja. Participe e divulgue a Campanha: Diga não ao fim da rotulagem de transgênicos!

O Idec e os Transgênicos
Transgênicos são alimentos modificados geneticamente com a alteração do código genético, isto é, são inseridos no organismos genes provenientes de outro. Esse procedimento pode ser feito até mesmo entre organismos de espécies diferentes (inserção de um gene de um vírus em uma planta, por exemplo) . O procedimento pode ser realizado com plantas, animais e micro-organismos. Existem riscos para a agricultura eriscos para a saúde.

Mesmo assim, no Brasil, há alimentos transgênicos autorizados para consumo. O Idec defende a rotulagem diferenciada dos alimentos transgênicos desde 1998. Para ajudar o consumidor a entender os riscos associados aos organismos geneticamente modificados (OGMs), o Idec produziu a cartilha Transgênicos: feche a boca e abra os olhos. (2010)

Campanha pela informação
Somente em 2012, cerca de 89% da soja e 76% do milho plantados no Brasil eram transgênicos, sendo que é obrigatória a rotulagem de produtos alimentícios que contenham ou sejam produzidos a partir de OGMs, com presença acima do limite de 1% do produto.

Isso está estabelecido textualmente pelo decreto federal nº 4.680/2003, mas um projeto de lei da Câmara dos Deputados (PL 4148/2008), de autoria do deputado Luiz Carlos Heinze (PP/RS), propunha a não obrigatoriedade de rotulagem de alimentos que possuam ingredientes transgênicos, independentemente da quantidade.

Diante dessa ofensiva, o Idec em parceria com diversas entidades lançou a Campanha Fim da rotulagem dos alimentos transgênicos: diga não! contra a aprovação do PL 4.148/08, que entrou para votação na Câmara dos Deputados em regime de urgência em 2012.

Saiba mais:

> Mapa de feiras orgânicas
Buscando alimentos orgânicos os consumidores ficam livres de transgênicos e agrotóxicos. Procure a feira mais próxima de você.

> Entrevistas com Michael Hansen (2009 e 2010)
Doutor em ecologia e biologia evolutiva, com pós-doutorado sobre os impactos da biotecnologia na pesquisa agrícola, Michael Hansen é um dos principais cientistas da Consumers Union, maior organização de consumidores dos Estados Unidos. Em 2009, Hansen veio para um workshop organizado pelo Idec sobre biossegurança e deu uma entrevista para nossa Revista. Confira aqui. Em 2010, O especialista em biotecnologia comentou a rotulagem dos alimentos geneticamente modificados e o uso de agrotóxicos. Leiaaqui.

> Saiba tudo que o Idec faz contra os alimentos transgênicos e pela devida rotulagem destes. 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Transgênicos se expandem na América Latina, resistência também!












Car@s Amig@s,
Cerca de 50 milhões de hectares são cultivados com sementes transgênicas na América Latina. Só Brasil e Argentina juntos jogam em suas lavouras modificadas mais de 500 mil toneladas por ano de agrotóxicos à base de glifosato. O produto é classificado como sendo de baixa toxicidade, mas estudos recentes vêm demonstrando seus efeitos teratogênicos e sua responsabilidade pela má-formação fetal, mesmo em concentrações quinhentas vezes menores do que as recomendadas pelos fabricantes.
Em Córdoba, na Argentina, um levantamento feito no Bairro Ituzaingó Anexo revelou que a incidência de câncer aumentava com a proximidade dos campos de soja. Até 2010 foram aí registrados 169 casos da doença, dos quais mais de 30 vieram a óbito. São populações ilhadas pela soja e expostas a banhos de agrotóxicos jogados por aviões, como os alunos e professores da Escola São José do Pontal, em Rio Verde, Goiás (veja abaixo).
O tripé “semente transgênica – herbicidas – plantio direto” tem possibilitado uma expansão ainda maior das monoculturas extensivas, acelerando o desmatamento e em muitos casos levando a fortes conflitos por terra, como no caso do Paraguai. Mais de 90 mil pessoas deixaram a zona rural do país nos últimos anos.
O avanço desse modelo tem elevado o preço das terras em função da crescente procura por parte de estrangeiros e empresas multinacionais. No Uruguai, em dez anos multiplicou-se por seis o valor da terra, seja para arrendamento ou para venda. Nesses mesmos dez anos o país perdeu 40% de suas pequenas propriedades de até 19 hectares e 19% daquelas com até 99 ha. Quase metade da soja produzida é controlada por seis empresas. Capitais brasileiros controlam 87% do arroz produzido no país.
Na região andina a soja não tem a mesma presença. O Peru decretou moratória aos transgênicos no país, e o Equador tem a proibição em sua constituição, embora ronde uma ameaça à sua manutenção em função do novo processo constituinte pelo qual passará o país e dos interesses de reeleição de Rafael Correa. E resta a ameaça do milho transgênico em países com rica biodiversidade e cultura alimentar relacionada ao grão, como México, Guatemala, Colômbia, Bolívia e outros. A contaminação dos recursos genéticos nesses centros de origem e de diversidade genética da espécie tem efeitos desconhecidos e imprevisíveis, e por isso já foi chamada de crime de lesa-humanidade.
Mas em todos países da região onde chegam as seis grandes empresas do setor com seus pesquisadores ponta de lança, a sociedade se organiza para fazer frente a esse modelo. Além de expor todos os prejuízos e impactos proporcionados por essa neocolonização da região, uma infinidade de iniciativas agroecológicas de produção, consumo e de uma outra perspectiva de relação com a natureza são apresentadas como alternativa. São, por exemplo, os territórios indígenas colombianos autodeclarados áreas de conservação da agrobiodiversidade e livres de transgênicos e o caso da Costa Rica, onde a partir de marchas, caminhadas, debates, feiras e todo um processo de mobilização, 56 de suas 81 administrações regionais se decretaram regiões livres de transgênicos. Faltam apenas 25!
Esse quadro foi debatido na última semana em Bogotá, Colômbia, com a representação de organizações, movimentos sociais, pesquisadores, agricultores e indígenas de doze países da região reunidos por iniciativa da Red América Latina Libre de Transgénicos – RALLT e do Grupo Semillas. As organizações saíram fortalecidas do debate e com uma agenda coletiva para reforçar as ações de resistência e de construção de alternativas.
Como bem colocou um companheiro mexicano ao falar da riqueza de sementes nativas existentes em seu país, “no limite, podemos dizer que cada agricultor tem a sua variedade de semente. E se são milhões de agricultores, são milhões de variedades”.
O México, berço do milho, não pode ser dependente de importações do grão norte-americano. Resgatar essas sementes é resgatar a soberania das nações.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Batata frita com Benzoato.

Mesmo com pareceres contrários, o Ministério da Agricultura liberou agrotóxicos sem registro para combater pragas em lavouras da Bahia. 


Foram liberados o benzoato, produtos biológicos como vírus VPZ HzSNPV e Bacillus Thuringiensis, e produtos químicos como Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe. Detalhe que a praga que atinge o Oeste baiano concentra-se em plantações de algodão, soja e milho. 

Segundo diretor da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, as lagartas já dizimaram 2% da área cultiva e os prejuízos são estimados em um bilhão de reais. A solução pensada foi óbvia: liberar produtos mais eficientes. 

Ninguém, por certo, pensa em rever sua forma de produção. Até porque é impossível: o financiamento do banco exige a notinha do uso de defensivo ou veneno, a semente comprada exige o uso do veneno e o agricultor não sabe mais cuidar da terra sem química.

O que é assustador é que as promessas do passado não se cumprem mais. As pragas atacam produções que seguem as regras do jogo: uso de defensivos e agrotóxicos, sementes transgênicas e grandes extensões de terra com a mesma cultura. 

A pergunta é: por que não dá certo? Não dá certo porque toda ação tem reações. E a reação, via de regra, gera um problema maior. 
  • Na safra passada, foram usados 70 ml do inseticida DuPont para controlar 90% da praga. 
  • Nesta safra, com 150 ml não se controlaram 70%. 
Segundo especialistas, o aumento de lagartas do gênero helicoverpa se dá pela expansão das lavouras de milho transgênicas, que são resistentes à lagarta spodoptera. Essas intervenções, sabidamente agressivas, exaurem a terra e provocam um desequilíbrio ecológico sem precedentes, cujas consequências não temos a menor ideia (ou temos, mas deliberadamente ignoramos).

Questionar o uso de agrotóxicos e defensivos é quase que violar uma lei natural. Desde a revolução verde que o melhoramento genético, mecanização, insumos, defensivos e agrotóxicos são a razão da erradicação da fome no mundo. Só que a fome no mundo não foi erradicada. 

Além disso, temos agricultores com doenças impensáveis décadas atrás, de problemas respiratórios a doenças de pele, câncer e má-formação fetal. Não fiz o cálculo, mas se o prejuízo da lavoura é de quase um bilhão, de quanto será o prejuízo para os cofres públicos em gastos na saúde? 

A atual produção de alimentos provoca uma série de doenças evitáveis, além de criar um ciclo de problemas cuja solução ou é começar do zero com um novo paradigma ou entupir o prato do consumido de veneno.

Apenas uma coisa é certa: o seu óleo de cozinha não terá lagarta, mas vai vir cheio de benzoato.

Fonte: Band Santa Catarina

Eu acrescentaria o mesmo para seus salgadinhos, seus chocolates, etc etc. Cada vez mais é importante ler os ingredientes dos rótulos! 
Nadia Cozzi

sexta-feira, 9 de março de 2012

Pesquisadores suíços confirmam efeito letal de toxina Bt sobre joaninhas



   
Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça (ETH), em Zurique, confirmaram a descoberta anterior de que a toxina Bt Cry1Ab produzida por plantas de milho transgênico aumenta a mortalidade de larvas jovens de joaninha de duas pintas (Adalia bipunctata L.) em testes de laboratório. Esses insetos são típicos “organismos não alvo” que supostamente não seriam afetados pelo milho transgênico. Além disso, são insetos benéficos, que promovem o controle biológico de outras pragas.
Em 2009 a equipe de pesquisadores liderados pela Dra. Angelika Hilbeck publicou o estudo original, que foi incluído, juntamente com muitas outras pesquisas, entre as provas utilizadas pelo governo alemão para justificar o banimento do plantio comercial de milho transgênico que expressa a toxina testada.
Não demorou para que a pesquisa começasse a ser atacada pelos defensores dos transgênicos, que em fevereiro de 2010 publicaram um conjunto de artigos na revista “Transgenic Research” acusando o estudo de ser baseado em “pseudo-ciência” e apresentando pesquisas próprias com o objetivo de desmentir o trabalho de Hilbeck.
Agora, em 15 de fevereiro de 2012, a equipe da Dra. Hilbeck publicou os resultados de testes complementares que confirmam as descobertas publicadas em 2009.
Os pesquisadores suíços também investigaram porque as pesquisas que buscavam desmentir as descobertas não puderam repetir os primeiros resultados, e chegaram a uma simples conclusão: “Mostramos que os protocolos aplicados por Alvarez-Alfageme et al. 2011 eram significativamente diferentes daqueles usados em nossos primeiros estudos, e muito menos propensos a detectar efeitos adversos de toxinas do que o estudo de 2009, assim como dos nossos experimentos complementares”, explicou Hilbeck. “Quando testamos os protocolos de Alvarez-Alfageme et al. 2011 com organismos alvo susceptíveis ao Bt, no caso a lagarta do cartucho, eles também não foram afetados pela toxina Bt – isso claramente desqualifica o método para avaliar efeitos negativos do Bt em organismos não alvo”.
Os autores da nova pesquisa destacaram ainda que as pesquisas que apresentam resultados que aparentemente sustentam os argumentos da ausência de riscos dos transgênicos recebem muito pouco escrutínio, aceitando-se, comumente, ciência de baixa qualidade. Por exemplo, crítica comparável à que atacou a pesquisa da Dra. Hilbeck não foi difundida em casos em que o organismo selecionado para testes foram larvas de Chrysopidae, que sem dúvida não eram capazes de ingerir a toxina Bt oferecida – portanto, fornecendo resultados do tipo “falso negativo”.
Embora o Departamento de Proteção Ambiental do governo dos EUA (EPA, na sigla em inglês) tenha reconhecido há alguns anos a inadequação da Chrysopidae para experimentos de avaliação de riscos de lavouras transgênicas, estudos com o inseto ainda constituem a base para a aprovação de lavouras transgênica Bt e são considerados “ciência rigorosa” por autoridades europeias.
“É surpreendente que as autoridades europeias, após implementarem a legislação de biossegurança, que é baseada no Princípio da Precaução e que demanda pesquisas de avaliação de risco ecológico cientificamente robustas e acompanhamento por duas décadas, ainda se fiem em protocolos sistematicamente falhos e em dados produzidos e promovidos pela indústria de biotecnologia e seus cientistas colaboradores”, declarou o Prof. Brian Wynne, do Centro de Estudos dos Aspectos Econômicos e Sociais da Genômica (Cesagen), da Universidade de Lancaster, no Reino Unido.
“A inútil controvérsia a respeito dos experimentos com a joaninha chama atenção para a necessidade do estabelecimento de protocolos e de pesquisas de avaliação de riscos ambientais relevantes. Instamos as autoridades europeias a superar sua confiança na expertise de apenas um setor – dominado pela indústria – ao estabelecer padrões para a aprovação de organismos transgênicos. Além disso, é necessária uma revisão das autorizações comerciais vigentes para o cultivo de plantas transgênicas.”, concluiu o Dr. Hartmut Meyer, coordenador da Rede Europeia de Cientistas para a Responsabilidade Social e Ambiental (ENSSER).
Extraído de:

Alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Fonte: FOREVER YOUNG Por Sandra M. Pinto  14:51, 6 Maio 2022 Conheça-os aqui e ponha-os de lado Peito de peru processado:  Tem uma grande qu...

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